Ministro das Comunicações defende discutir poder do Google em regulação da mídia.


O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, defendeu nesta segunda-feira discutir o monopólio do Google em um eventual projeto de regulação da mídia, uma das bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo Bernardo, o gigante da internet poderá “engolir” as televisões e teles do Brasil caso não seja revista o atual cenário da publicidade de internet.

“No Brasil, as pessoas falam que há um monopólio da mídia. Eu acho que o Google está se tornando o grande monopólio da mídia. A gente vê uma disputa entre teles e TVs que provavelmente, se segurar mais alguns anos, o Google vai engolir os dois”, disse o ministro.

Contrário a regular conteúdo da mídia, Bernardo acredita que a situação da publicidade começa a ficar “assimétrica” com a oferta de serviços online, com espaços de publicidade contratados no exterior que não pagariam tributos no Brasil.

“Temos situações que começam a ficar assimétricas, de empresas que vendem serviços pela internet e não têm as mesmas responsabilidades que os veículos tradicionais. O Google faturou em 2013 mais de R$ 3,5 bilhões de publicidade no Brasil. A informação que eu tenho é que a maior parte dessa publicidade foi paga no exterior com cartão internacional”, disse.

A crítica de Bernardo ocorre em um momento de mal-estar entre o Brasil e serviços de internet estrangeiros, em razão das denúncias de espionagem de cidadãos brasileiros pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA). 

“Este é outro problema. Esta coisa de empresas atuarem aqui como empresas supostamente ofertadoras de serviços e se transformarem num canal de coleta de informações e mandarem informações para fora. Com certeza, se fosse uma empresa nacional nós estaríamos tentando arrancar o couro deles. Temos de ter uma regulação que previna isso”, disse.

Em nota, o Google declarou que se estabeleceu no Brasil em 2006, investindo centenas de milhões de dólares no País e desenvolvendo um centro de engenharia em Minas Gerais, além de uma presença significativa em São Paulo. O texto aponta que a companhia emprega mais de 600 pessoas no Brasil e que em 2012 foram recolhidos mais de R$ 540 milhões em impostos para as diversas esferas do governo brasileiro. "Nós pagamos todos os impostos que são devidos no Brasil, assim como em todos os outros países onde operamos", afirmou a empresa.


(*) Fonte: Terra

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