Setor automobilístico está adotando regime de layoff devido queda nas vendas.


Quase 1.000 metalúrgicos da General Motors no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, aceitaram na terça-feira (26) a proposta de suspensão dos contratos de trabalho, um regime conhecido por layoff.  Com os trabalhadores da GM, já são pelo menos 3.500 metalúrgicos em layoff. A suspensão, decidida após dois meses de negociação, terá início em 8 de setembro e irá durar cinco meses. Nesse período, parte dos salários dos funcionários afastados será paga pelo governo federal, por meio do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). “Condicionamos a aceitação do layoff’ à garantia de estabilidade de emprego dos funcionários afetados e de que não acontecerão novas demissões”, afirma Antônio Ferreira de Barros, presidente do sindicato que representa os empregados da GM na cidade do Vale do Paraíba.

No início do ano, 1.053 funcionários foram demitidos no complexo industrial da GM em São José, que produz atualmente a picape S10 e o utilitário Trailblazer, além de motores e transmissões. Interrupções de contratos e paradas nas linhas de montagem automotiva tem sido rotina em 2014, devido à queda nas vendas e também nas exportações. A produção no setor recuou 17,4% na comparação dos sete primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2013. Na segunda-feira (25), a Volkswagen anunciou o início de um período de férias coletivas de dez dias para funcionários da fábrica da montadora em Taubaté.

A PSA Peugeot Citröen, cuja fábrica em Porto Real (RJ) operava em três turnos de produção até meados de 2013, segue trabalhando em dois períodos após programas de demissão voluntária e suspensões (“lay-offs”). O período mais crítico foi durante a Copa do Mundo, quando oito grandes fábricas paralisaram a produção ao mesmo tempo. A retomada está sendo tímida, com exceção das marcas que apresentaram lançamentos recentes, como a Ford (novo Ka). 

O layoff foi adotado em julho na fábrica da Mercedes Benz, em São Bernardo do Campo (SP). Desde então, 1.200 funcionários estão sem trabalhar. A montadora está negociando a suspensão de mais contratos além da redução de salários. Segundo o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Philipp Schiemer, ainda há excedente de 500 funcionários nas duas unidades. De acordo com o executivo, o único plano da montadora para corrigir esse excedente ainda é o PDV, que continua até o fim de novembro. Segundo a montadora, já houve 1.100 adesões. “Ninguém pensa em fechar fábricas. Iremos manter os investimentos e encontrar uma forma de manter as duas fábricas trabalhando.” 

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MV com Agências

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