Ex-guarda de Auschwitz é julgado por 300 mil mortes.

Alemanha - Começou um dos últimos julgamentos de crimes do nazismo. Aos 93 anos, Oskar Gröning, que trabalhou no campo de concentração de Auschwitz, se declarou moralmente culpado pela morte de 300 mil judeus. De acordo com informações divulgadas pelo "Jornal da Globo", demorou 70 anos para Oskar Gröning sentar no banco dos réus. Apesar de não ter envolvimento direto no assassinato em massa no campo de concentração, ele ganhou um apelido: "o contador de Auschwitz".

Segundo a reportagem, a função dele era revistar as malas dos prisineiros no momento em que chegavam. Buscava dinheiro para financiar o esforço de guerra nazista. Enquanto trabalhou em Auschwitz, mais de 400 mil prisioneiros foram mandados para lá. A maioria, judeus. 300 mil foram direto para as câmaras de gás.

Oskar Gröning é um dos últimos envolvidos no holocausto a ir a julgamento. Poucos ainda estão vivos. E, ao contrário dos demais, não tem receio de  reconhecer publicamente o que fez na Segunda Guerra Mundial.
O número de prisioneiros vivos também já não é grande. Muitos, apesar da idade, foram à cidade de Lünebur acompanhar o julgamento. "Pessoalmente, não quero vingança. Nem quero que ele vá para a cadeia. É tarde para isso. O que é importante é que a jurisprudência seja estabelecida e haja uma mudança para as futuras gerações," disse uma sobrevivente.

A Justiça da Alemanha costumava inocentar os que não tiveram participar diretamente das mortes, mas um julgamento de 2011 mudou esse entendimento.

Hans Holtermann, advogado de Oskar, disse que ele se sente moralmente culpado e que ficou em frente às vítimas com arrependimento e humilhação, e agora o tribunal vai decidir se ele vai ser condenado criminalmente.

Se for, a sentença pode ser de até 15 anos de prisão. Os promotores acham que há grande chance de ele passar os últimos anos de vida pagando pelo envolvimento, mesmo que indireto, em um dos maiores crimes da história. Clique Aqui e Leia Mais Notícias. Curta o M.V no Facebook e siga no Twitter. (Fonte: Jornal da Globo).