"O conteúdo original tem um quê de ironia",diz Ed Motta sobre polêmica.


Antes de subir ao palco nesta sexta-feira, 17, em São Paulo, Ed Motta recebeu alguns veículos de imprensa para falar sobre o show e também sobre a polêmica que se envolveu por causa de comentários sobre o público brasileiro que frequenta seus shows fora do país.

Ed Motta afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que não se arrepende “de nenhuma vírgula” do “conteúdo original do texto”, apesar de lamentar a forma como respondeu aos comentários em sua página. “O conteúdo original tem um quê de ironia, de brincadeira, não tem esse aspecto raivoso, de ódio. Se tivesse ódio, o texto seria diferente. Não iria falar do cara que vai beber cerveja barata com camisa apertada e relógio branco”, disse ele, que classifica este perfil como 5% a 10% de seu público. Sobre os pedidos de falar português nos shows no exterior, Motta rebate: “veja, você está em um show em Roterdã [na Holanda], o cara grita: fala em português! Porque eu vou falar português em Roterdã? O Brasil tem esse complexo”. O cantor reconheceu, no entanto, que o brasileiro é tão irônico quanto ele foi em seu texto. “E agora, com essa confusão, o pessoal vai gritar ‘Manuel’ mesmo”, acredita ele, que explicou que sua forma de expressar-se na internet “é um troço completamente contraditório com o meu comportamento”. “Isso deve vir dessa frustração, de eu achar que não sou reconhecido como deveria”.

Ed já chegou no palco brincando com o acessório que ganhou do programa "Pânico": um relógio branco, como o criticado por ele em seu post. "Adorei o presente. Sempre quis um relógio branco", disse levando o público ao riso. A primeira canção do show também remetia à polêmica: o hit "Manoel", que ele disse não tocar nos shows fora do país. "Filmem isso! Vou esperar vocês pegarem o celular", brincou com o público antes de começar.


Nos bastidores do show, Ed Motta disse que não mudou de opinião mesmo depois de ter se retratado pela forma como falou após a repercussão negativa do post feito em rede social. "Eu me arrependo das respostas que eu fiquei dando para as pessoas depois do post. Mas não me arrependi da minha opinião. E, assim, tem uma grande dose de ironia nela."

O cantor também falou abertamente sobre seu gosto musical, que não inclui gêneros como axé e sertanejo - e foram citados por ele no post polêmico. "Não acho que exagerei. É a opinião de alguém que está completamente fora do mercado por causa desse gênero. Nunca gostei de nada que é popular", disse. E continuou: "Estou velho, cara. Estou gagá. Não tenho nada contra a Ivete Sangalo, mas não curto axé. Bahia para mim é Caymmi. Sertanejo ainda acho que tem uma qualidade técnica."

Questionado se parte de sua "revolta" não era pelo fato de sua música não lotar estádios, ele negou: "A minha frustração é muito mais da minha arte não ser compreendida pela maioria dos brasileiros. Não quero mudar minha personalidade e ser bom moço". Ele também criticou os artista que "jogam para o público": "Eu me afastei do popular há muitos anos. Não gosto desse populismo de 'Alô, galera do Brasil'. Isso é hipocrisia." E completou em tom de brincadeira: "Detesto artista. Não sou artista, sou gênio (risos)!" Clique Aqui e Leia Mais Notícias. Curta o M.V no Facebook e siga no Twitter. (Fonte: Ego)