Morte de jovem durante ação policial revolta moradores de comunidade do Rio.

Rio - A morte de um jovem durante uma operação policial hoje (14) na comunidade Criança Esperança no Complexo do Chapadão, na zona norte do Rio, deixou os moradores revoltados. Eles fizeram uma manifestação que descambou para atos de vandalismo. Três ônibus foram incendiados, várias paradas foram depredadas, bloqueadas algumas ruas de acesso à comunidade e os comerciantes fecharam suas lojas.
A operação policial que resultou na morte de Maike da Silva de Souza, de 22 anos, atingido por uma bala perdida, foi para localizar o policial militar Neandro Santos de Oliveira, desaparecido desde segunda-feira (12). De acordo com a Divisão de Homicídios da Capital (DH), um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte do jovem.

A Polícia Civil informou que uma perícia foi feita no local e o corpo encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML). A polícia informou ainda que as armas dos policiais envolvidos foram apreendidas e que agentes estão em diligências na busca de testemunhas e mais informações que possam ajudar a esclarecer o caso.
Em nota, a Rio Ônibus repudiou os ataques aos coletivos que colocaram em risco as vidas dos passageiros e dos rodoviários em risco. “O Rio Ônibus ressalta que a população é a principal prejudicada com esse tipo de ataque. Não há seguro para incêndio criminoso e a reposição de um veículo pode levar até seis meses”.

Por causa ação policial e do protesto dos moradores, escolas das redes municipal e estadual de ensino não tiveram aulas hoje. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 1.979 alunos do turno da tarde de cinco escolas e dois Espaços de Desenvolvimento Infantil ficaram sem atendimento no turno da tarde de hoje na região do Morro do Chapadão. A secretaria informou ainda que as aulas serão repostas imediatamente.

A Secretaria Estadual de Educação informou, por meio de nota, que cerca de mil alunos de três Centros Integrados de Educação Pública (Cieps)  e dois colégios estaduais ficaram também sem aulas. “A Secretaria de Educação informou que a direção da unidade escolar tem autonomia para tomar providências no sentido de garantir a integridade física e moral de seus alunos, professores e funcionários.”

Policial desaparecido

Na noite da última segunda-feira (12), o policial militar Neandro Santos de Oliveira sumiu logo depois de ser parado em uma falsa blitz em uma das entradas do Chapadão. Segundo a Polícia Civil, foram encontrados corpos carbonizados em dois veículos incendiados na comunidade, e que ainda aguarda resultados de exames de DNA para definir se os restos mortais são do soldado.

Agência Brasil.

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