Lula diz não ter a vocação de Getúlio Vargas para "dar o tiro".

São Paulo - Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (15), um dia após ter sido denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro dentro da Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula disse que está indignado com as coisas que estão acontecendo no país. "Penso que, neste país, tem pouca gente com a vida mais pública, mais fiscalizada que a minha", disse Lula.

Lula comparou-se aos ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas e João Goulart. "Juscelino foi vítima de mais inquéritos que eu. Não tenho a vocação de Getúlio para me dar o tiro, do Jango, para sair do Brasil. Portanto, se eles querem me tirar, vão ter que disputar comigo, na rua. Eles achavam que eu estava vencido. Não sangrei e fui reeleito em 2006 embaixo da maior baixaria eleitoral acontecida até então. Meu adversário com cara de santinho, estava nervoso. Eu me 'quedei' tranquilo e ganhei as eleições. Tenho consciência de que meu fracasso teria agradado meus adversários e não teria despertado tanto ódio com o PT. O que despertou a ira foi o sucesso do meu governo, a maior política de inclusão social desse país", disse.

O ex-presidente Lula disse que a esposa, Marisa Letícia, não compareceu à coletiva porque os “filhos pediram para almoçar com ela”. Ele  também elogiou o PT, partido do qual é um dos fundadores. “Tenho orgulho profundamente de ter criado o mais importante partido de esquerda da América Latina”, disse. “Nós fomos elegendo prefeitos, vereadores e, com apenas 20 anos de existência, ganhamos as eleições [presidenciais] neste país. Era uma coisa inesperada”, acrescentou.

Lula foi recebido por militantes com gritos de “Lula guerreiro do povo brasileiro” e “Fascistas não passarão”. Com informações da Agência Brasil de Notícias.

Edição: Washington Luiz.

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