Eleição indireta é um corte na veia do povo.

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Democracia é uma palavra que está sempre presente nos discursos políticos. Ela define a modo simples um governo do povo, com participação do povo. Sim ou não? Nos tempos do império todos se curvavam as vontades de um homem, que nem sempre acatava a direção de uma corte, pois detinha hereditariamente o poder.

Foram precisos longos anos e muita luta para o nascimento de uma utópica republica. Um regime que supostamente libertaria o povo da tirania da coroa e lhes dariam o direito de escolha. Até chegar ao tão sonhado voto popular.

Entretanto, a realidade foi bem diferente, pois apenas um grupo manipulava. E os poderosos usaram seu poder para impor, decidir e defender o poder usurpado do império. Uma longa história registrada de várias maneiras em milhares de bibliografias.

Hoje, quando ouvimos falar em eleições indiretas parece que estamos entrando num túnel do tempo, e vivendo as angustiosas reminiscências de quando o povo era excluído de escolher.

Esses rumores aterrorizam o futuro dessa democracia tão defendida. Embora possa existir alguma legitimidade, ela não deixa de ser retrógada, pois fere, e na veia a população, sedenta de justiça.

Para que existe a justiça eleitoral? Não é ela que analisa, avalia e define quem pode ou não participar de um pleito? Fiscaliza, aplica multa, pune e tira o poder? É Ela que diploma o candidato eleito dando validade às eleições. E nós o que somos? É verdade que todo poder emana do povo?

Deixar dezessete vereadores escolher o que é melhor para cerca de quinhentos mil habitantes seria um tiro no peito. Quais seriam os critérios dessa escolha? Se alguns legisladores mal conhecem a essência do cargo que lhe foram conferidos, pois alguns estão ali mais pela popularidade que alcançaram e isso é evidente. Pena que junto com a valorosa e necessária política nasceu também a politicagem. Que assombra, corrompe e transforma essa ciência que tem o propósito de beneficiar o povo.

Não! As eleições indiretas. Não! A possibilidade de tirar do povo o direito de escolha. Não! Podemos matar a democracia, e conferir aos cidadãos de nossa planície esse *B.O* que manchará nossa história coroada por tantos martires defensores da justiça, isso seria engavetar nosso título eleitoral.

Do contrário, como dizem os mestres, o povo tem o governo que merece.

* B.O: BOLETM DE OTÁRIO [Otário- Que ou que se deixa enganar facilmente, ingênuo, simplório, bobo.]

Por: Washington Luiz