TDAH e corrida: por que querer correr sempre mais pode ser perigoso

Corredor em ritmo intenso, simbolizando o desafio do TDAH ao querer correr sempre mais e a importância de equilibrar treino e descanso para evitar riscos.
Correr é libertador. A sensação de estar em movimento, de superar distâncias e tempos, pode se transformar em combustível para a mente e para o corpo. Mas há algo que pouca gente fala: quando a mente é hiperativa, inquieta, movida por impulsos – como acontece em quem pode ter traços de TDAH – a corrida deixa de ser apenas exercício e pode virar obsessão.

A vontade de correr sempre mais, de não aceitar descanso, de ignorar sinais do corpo, pode parecer disciplina, mas muitas vezes é autossabotagem. Existe um limite fisiológico, e ultrapassá-lo sem consciência pode gerar consequências sérias, como síncopes, quedas e até danos permanentes.

A realidade é dura: não somos máquinas. Mesmo que a mente grite “vai mais longe”, o corpo tem mecanismos de defesa que não devem ser ignorados. Quando se ultrapassa o ponto da exaustão, o colapso não é questão de azar – é questão de tempo.

É preciso encarar um fato incômodo: descansar também faz parte da corrida. Pausar, ouvir o corpo, ajustar o treino, respeitar os sinais de fadiga não é sinal de fraqueza, mas de inteligência. Corredores que ignoram isso podem até ganhar alguns quilômetros no curto prazo, mas perdem saúde e longevidade esportiva no longo prazo.

A crítica aqui não é contra a paixão pela corrida, mas contra a ilusão de que “mais sempre é melhor”. Não é. Mais pode ser perigoso. O verdadeiro progresso está no equilíbrio: correr quando é hora de correr, descansar quando é hora de descansar, e aceitar que a mente nem sempre sabe o que é melhor para o corpo.

Se você também sente essa vontade incontrolável de ir além, lembre-se: correr é para fortalecer a vida, não para arriscá-la.