Descomplicando o TDAH.

Descomplicando o TDAH. A psicoterapeuta (infantil e adolescentes) e também mestre em psicologia clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Monica Pessanha de Azeredo, faz esclarecimentos importantíssimos sobre o tema.  Segundo a especialista, a primeira coisa que devemos descomplicar é compreender que o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Um transtorno que se produz devido a uma alteração do sistema nervoso central. É hoje, uma das causas mais frequentes do fracasso escolar e de problemas sociais na idade infantil. 

Monica explica que tendo a intuição de suas próprias capacidades e percebendo que nunca atingem seu nível potencial, os portadores de TDAH tendem a se sentirem incompletos. Têm a sensação de estarem devendo sempre para si mesmos, para os outros e para o mundo. A ansiedade que apresentam pode ser uma tradução dessa infelicidade interna. É bom lembrarmos que na população geral, a prevalência do transtorno é de 3% a 6% entre crianças em fase escolar, ou seja, é uma porcentagem relativamente alta de acometidos.


De acordo com a especialista, é preciso cuidar do que existe ao redor do TDAH ou dos transtornos psiquiátricos que pode se configurar como preconceito. É muito ruim quando uma criança fica rotulada. Costumo dizer aos pais e professores que existem uma possibilidade grande de melhora quando se tem o diagnóstico e o tratamento certo, embora TDHA não tenha cura.

A psicoterapeuta alerta que quanto mais cedo, melhor é o diagnóstico, mas é muito difícil de constatar o TDAH em crianças com menos de 7 anos, pois a falta de foco é uma característica infantil.  E precisamos contar muito com a ajuda dos professores,porque na sala de aula é mais fácil perceber se há algo de errado com a criança, seja  no campo da aprendizagem ou no campo comportamental. Dai a colaboração dos professores ser algo fundamental para esse processo. Há pessoas que só conseguem identificar o porquê de serem assim depois de adultos – aí já perderam muitas oportunidades em seus empregos e relacionamentos- mas sempre é tempo para tratar.

Os sintomas no geral são :

● As crianças com TDAH são agitadas e inquietas. Mexem pés e mãos; não param na cadeira; falam muito e constantemente sempre; pedem para se retirar da sala ou da mesa de jantar. 

● Elas têm dificuldades para manter a atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes pareçam muito interessantes no momento. 

● Distraem-se facilmente por estímulos do ambiente externo, mas também com seus pensamentos. 

● Nas provas, são visíveis os erros que cometem por distração: erram sinais, vírgulas, acentos etc. 

● Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, as crianças com TDAH, em geral, são tidas como relapsas: esquecem recados ou material escolar, aquilo que estudaram para a prova etc. 

● Tendem a impulsividade: não esperam a vez, não leem a pergunta até o final e já respondem, agem sem pensar.

● Apresentam dificuldades em se organizar e planejar aquilo que querem ou precisam fazer. 

● Seu desempenho sempre parece ser inferior. É mais comum que os problemas na escola sejam de comportamento e não de rendimento (notas).

Diante desses sintomas as pessoas poderiam dizer que "eu também tenho", mas o que diferencia um portador de TDAH para uma pessoa sem TDAH, está na intensidade dos sintomas, porque o portador de TDAH tem excesso de desatenção, tem excesso de inquietação, tem excesso de impulsividade, tem excesso de dificuldades sociais e tem excesso de dificuldades em planejar-se, organiza-se , tem muita dificuldade com a memória de trabalho que é a memória que usamos na escola.Como podemos ver o TDAH é um transtorno de excessos e comprometimentos negativos no dia a dia dos portadores de TDAH.

Transtorno Deficit de Atenção com ou sem Hiperatividade é sério e real. Quanto mais estudarmos sobre o assunto, mais vamos saber lidar com criança que apresentam o transtorno, melhor será a vida familiar, melhor será o ambiente escolar e mais qualidade de vida terá um adulto com TDAH.

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Hoje existem vários tipos de tratamentos que podem trazer uma melhora na vida destas pessoas. É importante procurar um especialista  para esclarecimento de dúvidas . E lembrar sempre que o mais importante é o bem estar que cada indivíduo merece ter.

(*) Monica Pessanha de Azeredo, é psicoterapeuta infantil e adolescentes e também mestre em psicologia clínica pela PUC-SP. 

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