Evite o vício: saiba quando a paixão pela corrida pode virar armadilha

Um corredor de rua com expressão de cansaço e tristeza, correndo sozinho em uma rua urbana molhada, usando roupas esportivas
A corrida de rua, amplamente reconhecida por seus benefícios à saúde cardiovascular e mental, tem se popularizado como uma das atividades físicas mais acessíveis. No entanto, quando praticada de forma excessiva e compulsiva, pode assumir características de um comportamento viciante, com impactos negativos tanto físicos quanto psicológicos. Estudos recentes na área de neurociência e psicologia do esporte demonstram que a corrida pode ativar os mesmos mecanismos cerebrais de recompensa observados em outros tipos de dependência, tornando-se um vício comportamental com consequências sérias para seus praticantes mais dedicados.

A Neurobiologia do Vício em Corrida

Pesquisas em neurociência indicam que a prática de exercícios físicos libera endorfinas, dopamina e serotonina — neurotransmissores associados ao prazer e à recompensa. Essas substâncias criam uma sensação de euforia pós-treino, conhecida como "runner’s high". Para algumas pessoas, a repetição desse estímulo pode levar a um ciclo de dependência, em que o indivíduo passa a correr não mais por saúde, mas para evitar sintomas de abstinência, como ansiedade, irritabilidade e até depressão (Boecker et al., 2008). Um estudo publicado no Journal of Behavioral Addictions (2017) identificou que corredores compulsivos apresentam padrões cerebrais semelhantes aos de dependentes químicos, com ativação exacerbada no sistema de recompensa do cérebro.

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Sinais de Comportamento Viciante

A linha entre o hábito saudável e o vício é tênue, mas alguns sinais podem indicar um problema: 

1. Priorização excessiva da corrida em detrimento de relações sociais, trabalho ou saúde. 

 2. Persistência mesmo com lesões, ignorando recomendações médicas. 

3. Ansiedade e irritabilidade quando não se pode correr. 

4. Aumento progressivo da distância ou intensidade para obter o mesmo nível de satisfação (tolerância). 

Segundo Freimuth et al. (2011), esses comportamentos se assemelham aos critérios diagnósticos para dependência de substâncias.

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Consequências Físicas e Psicológicas

O vício em corrida pode levar a lesões crônicas (como fraturas por estresse), esgotamento imunológico e overtraining syndrome, condição que causa fadiga extrema, insônia e queda no desempenho. Psicologicamente, a obsessão pela atividade pode desencadear transtornos alimentares (como vigorexia) e isolamento social.

Equilíbrio é Fundamental

Embora a corrida seja uma prática benéfica, é crucial reconhecer os riscos de sua prática excessiva. A conscientização sobre os sinais de dependência e a busca por orientação profissional — como acompanhamento de educadores físicos e psicólogos — são medidas essenciais para evitar que o prazer pela corrida se torne um vício prejudicial.

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