Pular para o conteúdo principal

Correr Depois dos 50: Uma Jornada de Autoconhecimento, TDAH e Superação

Aos 51 anos, me encontro em uma jornada que nunca imaginei viver: a de um corredor amador descobrindo, a cada passada, não apenas os limites do meu corpo, mas também os meandros da minha própria mente. Criador do blog Corrida aos 50+, decidi compartilhar essa experiência não apenas para documentar meus treinos, mas para explorar como a corrida se entrelaça com minha suspeita de TDAH e minha busca por uma vida mais equilibrada.  

O Despertar para a Corrida

Tudo começou há alguns anos, quando resolvi sair do sedentarismo. O que era para ser apenas uma caminhada leve logo se transformou em corrida — e, com ela, veio uma paixão inesperada. Descobri que correr me dava uma clareza mental que nenhuma outra atividade oferecia. Minha mente, muitas vezes agitada e dispersa, encontrava um ritmo próprio no movimento constante das passadas.  

A Suspeita do TDAH e a Corrida como Aliada  

Foi só recentemente, ao pesquisar sobre meus padrões de comportamento — a dificuldade em manter o foco, a impulsividade em exagerar nos treinos, a necessidade constante de novidades — que comecei a suspeitar de um possível TDAH. Curiosamente, a corrida sempre foi minha âncora. Estudos que li depois confirmaram minha experiência: exercícios aeróbicos, como corrida, podem ajudar a regular os sintomas do TDAH, aumentando a produção de neurotransmissores como dopamina e noradrenalina.  

O Desafio do Equilíbrio

Mas nem tudo são flores. Minha paixão pela corrida muitas vezes colide com a necessidade de equilíbrio. Como no caso da prova de 10K que tenho no domingo: sei que deveria reduzir o volume de treinos, mas a vontade de correr é tão grande que preciso me segurar para não exagerar. Já aprendi, da pior maneira, que ultrapassar meus limites resulta em dores e frustrações. Por isso, adotei estratégias como trocar a corrida por pedaladas leves ou caminhadas nos dias próximos à prova.  

A Corrida como Metáfora da Vida

Correr depois dos 50 me ensinou lições valiosas. A primeira é que não há vergonha em diminuir o ritmo quando necessário. A segunda é que cada corpo tem seu tempo, e comparar meu desempenho com o de outros é um caminho direto para a frustração. Por fim, entendi que a corrida, assim como a vida, é uma jornada de autoconhecimento. Alguns dias são leves e fluidos; outros, pesados e desafiadores. O importante é continuar se movendo.  

Conclusão

Hoje, vejo minha possível tendência ao TDAH não como uma limitação, mas como parte do que me torna único. E a corrida, mais do que um hobby, tornou-se uma ferramenta de autogestão e uma fonte inesgotável de histórias para compartilhar no blog. Se há uma coisa que essa jornada me mostrou, é que nunca é tarde para recomeçar — e que, às vezes, é na simplicidade de uma corrida matinal que encontramos as respostas mais profundas.  

Reflexão Final

E você? Já parou para pensar como seus desafios pessoais podem se transformar em aliados? Quem sabe não é hora de calçar um tênis e descobrir? 

Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus amigos corredores! 🏃‍♂️💬

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Desafios do Início na Corrida de Rua

A corrida de rua tem se popularizado como uma forma acessível e eficaz de exercício físico. No entanto, para quem está dando os primeiros passos nesse esporte, a jornada pode ser repleta de obstáculos. As maiores dificuldades dos iniciantes não se limitam apenas ao esforço físico, mas abrangem um conjunto de fatores que, se não forem bem administrados, podem levar à frustração e ao abandono da prática. Uma das primeiras barreiras é a falta de conhecimento técnico. Muitos iniciantes simplesmente calçam um tênis e saem para correr, sem se preocupar com a forma correta. Isso pode resultar em uma pisada inadequada, postura errada e, consequentemente, o surgimento de dores e lesões. A ausência de um plano de treino estruturado é outro ponto crítico. Sem um planejamento gradual, o corpo é submetido a um estresse excessivo, o que aumenta o risco de lesões por sobrecarga, como a canelite e a fascite plantar . A falta de orientação sobre aquecimento e alongamento também contribui para esse cená...

Álcool e Corrida de Rua: Uma Combinação Perigosa para o Desempenho e a Saúde

O consumo de álcool e seus efeitos no desempenho esportivo, especificamente na corrida de rua , é um tema de constante debate entre atletas e profissionais de saúde. Embora muitos corredores considerem o consumo moderado como inofensivo, a ciência demonstra que os efeitos do álcool podem prejudicar o desempenho de diversas maneiras, além disso, contribuindo para um aumento no risco de lesões. Primeiramente, no que tange à hidratação, o álcool é um diurético, o que significa que ele aumenta a produção de urina. Em outras palavras, seu consumo leva à perda de fluidos e eletrólitos essenciais, comprometendo a capacidade do corpo de se hidratar adequadamente. Para um corredor, a desidratação é um fator crítico que pode reduzir o volume sanguíneo, elevar a frequência cardíaca e, por conseguinte, diminuir a resistência e o desempenho geral. Ademais, o álcool interfere diretamente na recuperação muscular. Após uma corrida, os músculos precisam de tempo e nutrição para reparar as microlesões c...

7 Verdades Essenciais na Corrida de Rua: Uma Análise Crítica

A corrida de rua tem se popularizado como uma atividade acessível e transformadora, mas sua aparente simplicidade esconde verdades fundamentais que, se ignoradas, levam a lesões e frustrações. Este post busca explorar criticamente sete dessas verdades, questionando mitos e defendendo uma abordagem científica e equilibrada. Argumento que, sem o reconhecimento desses princípios, a corrida pode se tornar uma ilusão de saúde , perpetuando ciclos de dor e desmotivação. Ao invés de uma visão romântica da corrida como "liberdade pura", defendo uma perspectiva realista, baseada em evidências, que prioriza a sustentabilidade e o bem-estar a longo prazo. A primeira verdade é que a corrida não é para todos os corpos, e ignorar limitações físicas pode ser perigoso. O mito de que "qualquer um pode correr" negligencia diferenças biomecânicas, históricos de lesões e condições como obesidade. Estudos da American Orthopaedic Society for Sports Medicine indicam que corredores inici...