"Máscaras" - Atores de novela da Record culpam a imprensa por fracasso.


"Máscaras", da TV Record, não vem conseguindo agradar os telespectadores, isso é fato. Mas no último domingo, 1°, parte do elenco resolveu assinar uma carta que foi publicada no site TV Foco, do Pop,  cujo texto expõe a opinião dos atores reclamando das críticas realizadas contra o folhetim.
Leia abaixo:
"Inconformados com o tratamento  dado ao nosso trabalho, em vários tipos de mídia, nos manifestamos e queremos alertar para algo que não está sendo percebido.
No começo os críticos  reclamavam que a novela era difícil, feia até. Acatamos, Lauro abriu mais a trama, lutamos, perdemos um diretor, ganhamos outro, uma NOVA novela está no ar. Isso, estranhamente, quase ninguém comenta.
1 – É do conhecimento de todos que uma novela que vai ao ar após às 23h30m , não tem a mesma audiência de uma outra que vai ao ar às 21h. No entanto, a veiculação sobre o índice de audiência de “Máscaras”, não vem com esta informação.
2 – Nós não aceitamos a avaliação de nosso trabalho apenas através do índice/Ibope, o que significaria colocar o trabalho dos atores no mesmo patamar de componentes de um reality show. O Ibope é um índice de mercado, comercial, compreendemos isso, mas nosso trabalho é artístico.
3 – “Máscaras” inova e transgride, mas isto não está sendo percebido pela maioria. O que não estão vendo em nossa novela, é que ela quebra com os clichês das novelas convencionais: quando apresenta um galã dúbio, que tanto pode ser bom ou mau caráter, sem heroísmo romântico; vilões que se apaixonam, cujas ações são misturadas com humor e atitudes paradoxais, sem maniqueísmos; um casal que tem um filho imaginário, uma metáfora, algo inexistente em novelas; personagens com tesão explicita e realizada, fugindo aos padrões antigos de comportamento; um retrato político do capitalismo selvagem internacional, ao mostrar uma organização com interesses em propriedades de outra nação, como acontece com o petróleo do Oriente Médio, ou a loucura dos investidores da bolsa americana, em sua ambição desenfreada, levando o mundo a uma crise imensa. Não é justo que essa inovação, essa ousadia, não fique registrada, seja tratada tão prosaicamente, baseada tão sómente  no valor Ibope.
4 – Não estamos incomodados por qualquer crítica desfavorável, respeitamos o gosto de cada um. Afinal, o que seria da música “brega”, se todos gostassem de Mozart? O que seria de Van Gogh que só vendeu após a morte? O que nos dói é saber que esta que será a última novela de Lauro Cesar Muniz tem sido tratada de forma tão equivocada por alguns veículos da mídia, sem o cuidado de prestar atenção ao texto deste grande dramaturgo, cuja obra plenos de amor e garra representamos. Além disto  trata-se do nosso ofício e do nosso mercado de trabalho.
5 – Temos encontrado uma reação calorosa nas ruas e, sabemos, isto não acontece com um trabalho sem audiência. A TV de hoje tem tantos canais, tanta programação, que não se pode cobrar das pessoas que acompanhem tudo e, talvez por isso, não tenham percebido o que estamos alertando agora. Mas, tendo feito já as mudanças que grande parte da mídia  tanto criticou e talvez estivessem certos em alguns aspectos, seria honroso que no mínimo comentassem de forma mais respeitosa, e opinassem inclusive sobre a “nova novela” quem vem sendo exibida, chama-se “Máscaras” e é boa pra caramba."
*Com informações do Comunique-se.

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