"Parto em casa é opção da mãe e não do médico obstetra", diz a filha de Ana Maria Braga ao "Bem Estar".



Repercussão - Parto domiciliar é proibido para médicos. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) anunciou recentemente a proibição, inclusive sujeito a punição para o médico que atue em partos domiciliares. 

Tal proibição está gerando polêmica. Recentemente o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) anunciou que irá entrar com ação civil pública contra o Cremerj. 

Em nota, o Coren critica os vetos e os classifica de “atitude arbitrária, inconseqüente, antiética e ilegal”, e informou que finaliza um documento para ser encaminhado ao Ministério Público, solicitando medidas contra as resoluções. O Coren reclama ainda de um abuso de poder por parte da entidade representativa dos médicos.

Para comerciante Mariana Maffeis Feola, de 29 anos, que teve sua filha Joana, de 1 ano e 6 meses, no quarto de sua casa em São Paulo, em fevereiro de 2011. A opção de dar à luz o bebê em casa é uma decisão que deve ser da mãe e não do médico obstetra. 

Mariana, que é filha da apresentadora Ana Maria Braga, disse em entrevista ao programa "Bem Estar", da Globo, que considera a medida do conselho retrógrada. "Os representantes do Cremerj não são deuses para proibir as mulheres de terem seus filhos em casa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende o direito da mãe de escolher. O que acontece no Brasil é que há um cartel das maternidades, que age em prol das cesarianas, para o lucro maior dos médicos. Esse é um modelo falido, como já mostram países mais desenvolvidos. Alguns estados são retrógrados e provincianos. Com certeza, o Cremerj vai ter de voltar atrás porque o que estão fazendo é um retrocesso absurdo." 

Como o Ministério da Saúde vê o caso - Dados do MS sobre partos realizados no país, somando informações das redes pública e privada, mostram que o nascimento de bebês por cesariana já é maior do que a quantidade de partos naturais. Em 2010, dado mais recente do governo, foram 1,49 milhão de cesarianas contra 1,36 milhão de partos naturais. ..De acordo com o governo federal, 98% dos partos realizados no país são hospitalares, mas diversas ações estão sendo feitas para que as mulheres tenham um parto humanizado, que significa ter uma “ambiência adequada, equipes qualificadas, tecnologia disponível, direito acompanhante e tratamento digno”. 

Sobre a decisão do Cremerj, de vetar a presença de doulas e parteiras, o ministério afirma que as doulas são um “instrumento humanizador” do parto e reconhece que a assistência prestada pelas parteiras é uma realidade em diversos locais do país. Por conta disto, investe na capacitação dessas profissionais, integrando-as ao trabalho feito no Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, de acordo com o governo, as decisões anunciadas pelo Cremerj não afetam as políticas federais para a saúde. 

 Momento Verdadeiro | Com informações do Programa "Bem Estar".

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