Gay católico vai à missa do Papa Francisco e espera mudanças.

Durante a Jornada Mundial da Juventude, gays católicos têm esperança de que o Papa Francisco vai fazer algum pronunciamento sobre a relação entre os homossexuais e a igreja. De acordo com informações do portal de notícias "G1", alguns irão ao encontro do pontífice em Aparecida (SP) e outros realizarão atividades paralelas como encontros e debates.

(Filósofo Luiz Ramires Neto/Foto G1)
Segundo a publicação, o filósofo Luiz Ramires Neto, 53 anos, conhecido como Lula, integra a Pastoral da Diversidade. Católico, ele assumiu ser gay quando ainda estava na universidade, onde estudava filosofia como preparação para ser padre. "Acabei me afastando da igreja. Ninguém me disse para sair, mas achei que seria mais coerente me afastar um pouco. Não que eu tenha perdido a fé, tenha deixado de fazer minhas orações e ir à missa com meus pais."

Durante a entrevista, Ramires citou o Evangelho Segundo Mateus, no capítulo 8, versículos 5-13, a passagem registra o apelo de um centurião de Cafarnaum que se aproxima de Jesus Cristo para pedir a cura de seu servo. "Por que um oficial romano ficaria tão preocupado com um simples empregado? O que se infere é que na verdade a relação entre o centurião romano e esse servo tinha uma intimidade que certamente ele não tinha com os demais," argumentou o filósofo que espera um dia ver a Igreja Católica aceitar a relação entre os homossexuais. 


Dom Geraldo Majella concedeu entrevista ao portal G1 e explicou que a igreja não proíbe a participação de homossexuais e que não exigirá de ninguém o abandono imediato das práticas homossexuais, já que considera "não ser fácil passar de um caminho para outro sem que haja uma conversão interior".

(Padre Beto - Foto Divulgação)
Quando a Igreja Católica argentina discutiu o casamento igualitário, Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco, votou a favor do casamento [homossexual], mas foi voto vencido, segundo o padre Roberto Francisco Daniel, que foi excomungado recentemente após declarar apoio aos homossexuais, em Bauru (SP).

Padre Beto disse ainda que "será difícil a Igreja Católica rever questões morais e anunciar mudanças significativas durante um evento como a Jornada Mundial da Juventude. Não acho que este seja momento para ele apresentar alguma mudança essencial. Ele vai apoiar as manifestações que aconteceram no Brasil, mas não vai mudar nada em termos de regras morais da igreja."

(*) Com informações do G1.