Edward Snowden fala pela primeira vez para o Brasil.

"Se o Brasil me oferecer asilo, aceito", disse Edward Snowden a repórter Sônia Bridi, do "Fantástico", da "TV Globo", que entrevistou o homem mais procurado do mundo, em Moscou. Para entrevistar o homem mais procurado do mundo, a repórter Sônia Bridi chegou a Moscou apenas com o nome do hotel onde deveria se hospedar. Ela não foi até Edward Snowden. Foi ele que chegou até ela no hotel.

Edward Snowden desafiou a maior potência do mundo, os Estados Unidos. Ele revelou milhares de documentos ultrassecretos. Ele mostrou como funciona a espionagem da NSA, a Agência de Segurança Nacional dos EUA. 


Sônia Bridi perguntou: "Em que ponto você decidiu juntar e vazar os documentos para o público"? Snowden respondeu: "O ponto sem volta para mim foi quando vi, no Congresso, James Clapper, o chefe da espionagem americana. Ele levantou a mão, jurou dizer a verdade. Perguntaram para ele: ‘Os Estados Unidos monitoram informações de milhões de americanos?’ E ele disse: ‘Não’. E eu sabia que era mentira. Os deputados da comissão também sabiam que era mentira. E ninguém disse nada".

Snowden  também disse que não é ruim morar na Rússia, mas gostaria de morar no Brasil: "Olha, não é tão ruim quanto parece. A Rússia não é um país perfeito, e discordo fortemente de muitas coisas, principalmente como eles monitoram a internet e censuram a imprensa. Mas, no dia a dia, sabe, é melhor do que a prisão".

O Ministério das Relações Exteriores não quis comentar o pedido de asilo de Edward Snowden ao Brasil.  Para o diplomata Marcos Azambuja, "o Brasil tem uma agenda muito densa com os Estados Unidos. Problemas econômicos, comerciais, problemas de todas as naturezas, portanto o Brasil não procura problemas adicionais com o país, com o qual ele já tem uma agenda carregada de controvérsia. O Brasil não está fugindo de suas responsabilidades, ele quer ter possibilidade de cuidar daquilo que diretamente lhe interessa na relação bilateral com os Estados Unidos. Esse rapaz [Edward Snowden] é importante, mas não resume a importância da relação do Brasil com os Estados Unidos que se estendem por dimensões tecnológicas, cientificas, comerciais, agrícolas...o Brasil não pode se tornar refém de uma emotividade... Snowden continua um empregado do governo norte-americano, ele continua uma pessoa totalmente ligado aquela grande potência ... o Brasil tem causas tão verdadeiras, tão imediatas, tão diretas, que não deve se meter naquilo que não é (...)", disse o diplomata brasileiro em entrevista ao Fantástico.

Átila Roque, diretor da Anistia Internacional no Brasil, defende que asilo a Edward Snowden no Brasil é questão humanitária. "O Brasil entra em outros debates difíceis e que também envolve os interesses americanos. Por que quando está em questão um direito fundamental, quando é uma questão de direitos humanos o Brasil não quer colocar sua cara na negociação? O que se trata aqui é um asilo com base em direitos humanitários. Ele está correndo risco, ele já manifestou interesse de vir para o Brasil. O Brasil tinha que no mínimo colocar isso em sua agenda". Acompanhe nossas atualizações pelo Facebook Twitter. A entrevista na integra pode ser vista (aqui).

Comentários

  1. Se essa coisa fosse de alguma serventia, a Rússia ficava com ele. Se quer obter asilo aqui, bom sujeito não é, sou totalmente contra o ingresso de traidores em território brasileiro. Ladões, bandidos, corruptos, terroristas e vagabundos, esses nós já temos sobejamente!

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  2. Cara larga de ser ipocrita. O cara está falando de direitos humanitários e todos nós temos o direito de liberdade sem sermos espionados. Ele apenas vazou as coisas erradas seu céfalo. E seria uma boa ele vir até o Brasil

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