Mesmo com articulação de Temer, Dilma teve 41% de rejeição do PMDB.

A presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), terá o apoio do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB),  na eleição de outubro. A parceria entre PT e PMDB foi renovada nesta terça-feira, dia 10, durante a convenção nacional do PMDB.

Essa parceria renovada hoje reedita a chapa que tem Michel Temer como vice-presidente da República. De acordo com a assessoria do PMDB, 398 peemedebistas votaram a favor (59,13%), 275 contrários (40,87%) e 64 votos brancos, nulos e ausentes. 

De acordo com informações divulgadas pelo portal da Globo (G1), ao discursar após a divulgação do resultado, Temer afirmou que "o placar foi ótimo, na medida certa". "Eu até disse que não há vencedores nem perdedores. O que se tem é uma coisa certa, que nós precisamos trabalhar", afirmou.

Ao comentar sobre os votos contrários à aliança com o PT, Temer ponderou que é normal haver divergência em processos de discussão. "Vocês sabem que ao longo do tempo nós sempre tivemos democraticamente as mais variadas divergências dentro do partido e sempre obtivemos a unidade. A unidade [está] na ação daquele PMDB que quer trazer o maior número de deputados federais para a Câmara, o maior número de senadores e de governadores", disse.

Temer disse ainda que o PMDB terá uma presença "ativa" em um eventual segundo mandato de Dilma. A falta de participação do partido na tomada de decisão do Executivo é uma das reclamações do setor dissidente da sigla. "Não seremos apenas aliados, seremos o próprio governo, já que estarei no governo. [...] Temos que continuar reunidos para continuar a fazer o PMDB o maior partido do Brasil", afirmou.

Dilma Rousseff agradeceu ao PMDB pelo apoio e elogiou o vice pela articulação dentro do partido aliado. "O papel do Temer nesse processo foi inestimável. Ele articulou consensos em todas as circunstâncias. Eu acredito que ele sabe aproximar as pessoas, ele sabe unir e desarmar os espíritos", disse a presidente.

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Lideranças peemedebistas criticam o Partido dos Trabalhadores.


Apesar da maior parte dos discursos na convenção ser em favor da aliança com o PT, várias lideranças do partido não deixaram de expressar críticas ao partido da presidente Dilma Rousseff, sobretudo com relação à postura da sigla nas disputas regionais.

Eduardo Paes, prefeito da cidade do Rio de Janeiro - "O PMDB mais uma vez conduz a democracia, mas infelizmente o PT no nível regional em diversos estados não tem essa compreensão. Depois de oito anos ocupando espaços no governo Sérgio Cabral, o PT não percebeu, no Rio de Janeiro, a importância da transição que estamos fazendo para a população".

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou, em discurso, acreditar que os conflitos entre PT e PMDB nos estados não impedirão a parceria no plano nacional. "A presidenta Dilma, na última ocasião em que estivemos juntos, teve oportunidade de dizer que o Rio de Janeiro é exemplo de aliança entre o PMDB e o PT. Por isso, estamos aqui para confirmar que estamos juntos e que não serão os percalços regionais que irão atrapalhar essa aliança."

Na última quinta-feira (5), em evento promovido pelo presidente regional do PMDB no Rio de Janeiro, Jorge Picciani, lideranças do partido apoiaram à candidatura de Aécio Neves (PSDB). O candidato tucano, no entanto, não chegou a declarar apoio a Pezão, candidato à reeleição do PMDB para governador do estado.

(*) Com informações do G1 | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

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