Milicianos cobram pedágio de candidatos em favelas no Rio.


Rio de Janeiro - A Associação de Moradores União de Del Castilho fez um censo dos moradores com título eleitoral atualizado em oito favelas da região, todas dominadas por um grupo de milicianos. Um documento distribuído pela entidade e obtido pelo jornal "Extra" informa o número de moradores, casas e o total de “votante atualizados” das favelas Águia de Ouro, Gretiza, Guarda, Pedroza, Fernão Cardim, Coroa, Trajano e Belém Belém. No total, segundo a planilha, seriam 111 mil eleitores aptos a votar.

De acordo com a publicação, o documento contém o timbre da associação e é assinado pelo presidente, Alexsander Gomes, e pelo vice-presidente, Francisco Maurício L. Mesquita. O informe é entregue aos políticos interessados em colocar placas na favela, o que só seria feito mediante o pagamento de R$ 100 mil por favela.


Quem tentou fazer propaganda por lá sem saber das regras impostas foi ameaçado. Há 15 dias, as placas de um candidato a deputado estadual foram queimadas na favela Águia de Ouro, em Del Castilho, à beira da Linha Amarela. No dia seguinte, dois cabos eleitorais do candidato foram substituí-las e acabaram abordados por um motoqueiro de fuzil."O motoqueiro afirmou que os dois teriam que pagar para colocar placa ali. Caso contrário, seriam queimadas as placas, a Kombi e os dois, mortos" — contou o candidato, pedindo anonimato.

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A equipe do jornal Extra foi à favela Águia de Ouro ontem e identificou que só existem lá placas de um candidato, o deputado estadual Marcelo Simão (PMDB), que tenta a reeleição. Procurado, Simão afirmou que fechou parceria com o presidente da Associação de Moradores da Comunidade Águia de Ouro, Pedro Borges, em troca de apoio numa candidatura a vereador em 2016. "Os líderes locais escolhem os seus candidatos e ajudam a levar as campanhas onde têm credibilidade" — afirmou Simão.

Procurados, os presidentes da associações não foram encontrados pelo jornal.

Fonte: Jornal Extra

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