Portela, Beija-Flor e Unidos da Tijuca são destaques do 2º dia do Grupo Especial.

Carnaval 2015 - Portela, Beija-Flor e Unidos da Tijuca foram destaques do segundo dia de Grupo Especial, nesta noite de segunda-feira (16). Também brilharam na Sapucaí: São Clemente, União da Ilha e Imperatriz

A apuração do carnaval carioca acontece na Quarta-feira de Cinzas. O 'G1', portal de notícias da Globo, divulgou um resumo do último dia de desfile na Marquês de Sapucaí. Confira abaixo:


São Clemente

Primeira a desfilar, a escola da Zona Sul fez uma homenagem ao carnavalesco Fernando Pamplona (1926-2013), conhecido por seu trabalho no Salgueiro e pela renovação estética trazida aos desfiles.

Em sua estreia na São Clemente, a carnavalesca Rosa Magalhães apostou num desfile cheio de assombrações, caveiras, mitos do folclore acreano que fascinavam Pamplona, e ícones do carnaval de rua. Indo contra a atual tendência, a escola apostou em uma comissão de frente sem elemento cenográfico, só com componentes vestidos como pássaros, em referência ao Matinta Pereira, personagem do folclore brasileiro.

Já a bateria teve em sua frente Rafaela Gomes, de 16 anos, a mais jovem rainha deste ano no Grupo Especial.

Portela
Com um enredo sobre os 450 anos do Rio, a Portela fez um desfile-ostentação, com direito a uma "Águia Cristo Redentor" se curvando diante do público e paraquedistas pousando em plena avenida com sinalizadores para anunciar a entrada da escola.

A escola apresentou a Cidade Maravilhosa num estilo surrealista e abusou da tecnologia. A águia-drone do ano passado apareceu de novo na Sapucaí e um carro representando o Maracanã veio escoltado por 3 bolas-drone que sobrevoaram as arquibancadas. A comissão de frente também causou impacto com um enorme telão em forma de relógio derretido da obra de Salvador Dalí. A Tabajara, como é conhecida a bateria, tocou num ritmo frenético e contagiante, que levantou a arquibancada, e trouxe à sua frente, além da rainha Patrícia Nery, o cantor Carlinhos Brown.

Apesar de alguns problemas em evolução e alegorias, como o de um carro que desfilou com as luzes apagadas e sem chafariz, a azul e branca saiu da Sapucai os gritos de "é campeã".

Beija-Flor 
A escola de Nilópolis resgatou neste carnaval a exaltação da cultura e a alma africana com um enredo em homenagem à Guiné Equatorial. A Beija-Flor optou mais uma vez pelo luxo e tradição para esquecer o 7º lugar do ano passado e voltar a sonhar com as primeiras colocações.

A escola procurou deixar o polêmico regime político do país homenageado de lado e focou nas belezas do país, apresentando um desfile poderoso, de alegorias e fantasias impactantes e rebuscadas, com uma profusão de máscaras, carrancas, búzios, plumas, palha e sisal. A comissão de frente veio sem elementos cenográficos. Munidos de lanças e escudos, os bailarinos fantasiados de guerreiros formavam uma árvore na avenida. Em formato de máscaras, os escudos causaram impacto ao trazer movimentos de expressões faciais, controlados por controle remoto.

Outro ponto alto foi o samba-enredo, embalado pela voz única e marcante de Neguinho da Beija-Flor, que neste ano completa 40 anos de escola.

União da Ilha
Com o enredo "Beleza pura", a União da Ilha propôs uma discussão sobre a vaidade e o culto ao belo, de Cleópatra e Renascimento a selfies e malhação, em um desfile repleto de citações a histórias infantis e desenhos animados, com direito a personagens em versões plus size.

A comissão de frente trouxe a atriz Cacau Protássio fantasiada de Branca de Neve. As alas brincaram com contos de fadas, teorias de filósofos, artes plásticas e moda, lembrando inclusive o "reino dos excluídos", com Betty a feia, Corcunda de Notre Dame, Frankestein, Fantasma da Óperam, Cyrano de Bergerac e o patinho feio. Na ala "desfile de moda", a estilista Edna (do filme "Os incríveis") teve companhia de várias modelos que eram Olívias Palitos.

Apesar do tema beleza, o desfile não foi tão belo assim no quesito evolução: um problema em um dos carros deixou um grande buraco na avenida, o que pode tirar pontos da escola.

Imperatriz

O fio condutor do carnavalesco Cahê Rodrigues, que começou como assistente de Joãozinho Trinta ainda adolescente, foi a África de Nelson Mandela, líder da luta contra o apartheid na África do Sul. A escola apostou numa África "pop" com fantasias e alegorias de cores flourescentes, inspiradas na arte africana. Uma das alegorias, que teve Eliza Lucinda e Antonio Pintanga, tinha luzes de neon coloridas.

A Imperatriz usou de menos tecnologias e mais elementos de cena, como acrobatas e esculturas articuladas e de boa qualidade artística nos carros – foi para a avenida com 3.400 integrantes em 32 alas, 6 carros e 3 tripés.

A jornalista Glória Maria também foi destaque, ao lado do jogador Zico, tema da escola no ano passado. A atriz Adriana Lessa também desfilou pela Imperatriz

Unidos da Tijuca
A Unidos da Tijuca, atual campeã do carnaval do Rio, encerrou o desfile do Grupo Especial com uma viagem pelos símbolos, personagens e lendas da Suíça. A comissão de carnaval, formada por Mauro Quintaes, Carlos Carvalho, Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo, mergulhou fundo na pesquisa sobre lendas da Suíça como a da flor edelweiss, do arqueiro Guilherme Tell ou do cão São Bernardo, chamado pelos suíços de Anjo dos Alpes, por salvar pessoas soterradas em avalanches de neve.

O país também foi lembrado pelas suas inovações tecnológicas, das caixinhas de música ao acelerador de partículas atômicas. O carnavalesco Clóvis Bornay, filho de pai suíço e lendário campeão de fantasias de luxo do carnaval carioca, foi a figura escolhida para ser o elo entre o Brasil e o país patrocinador do desfile. A escola entrou com 4.000 componentes distribuídos em 33 alas, 7 carros e 3 tripés. A bateria de mestre Casagrande veio fantasiada de guarda suíça e teve à sua frente Juliana Alves como rainha.

Fonte: G1
Edição: Washington Luiz
Fotos: Reprodução/G1