Moro diz que delator da Lava Jato omitiu acusação contra Eduardo Cunha.
Em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz Sergio Moro disse que um dos delatores da Operação Lava Jato omitiu a informação de que teria pago propina ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No documento, Moro explica que homologou o acordo de colaboração de Júlio Camargo porque não tinha conhecimento sobre o suposto envolvimento de Cunha, que só pode ser processado e julgado pelo Supremo.
A manifestação de Moro foi motivada por ações movidas pelo ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o empresário Fernando Antônio Soares, conhecido como Fernando Baiano. Eles tentam suspender a sentença proferida nesta segunda-feira pelo juiz. Além dos acusados, Cunha também pediu que o processo fosse paralisado antes da sentença, por ter sido citado pelo delator.
Em julho, Camargo – ex-consultor da empresa Toyo Setal – informou a Moro, responsável pelos inquéritos da Operação Lava Jato na primeira instância, que Eduardo Cunha pediu US$ 5 milhões em propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado.
Diante do depoimento, Cunha voltou a negar que tenha recebido propina de Júlio Camargo. Seus advogados também pediram a suspensão do processo, por entenderem que cabe ao Supremo presidir o inquérito, em razão da citação do presidente da Câmara, que tem prerrogativa de foro. Ainda não houve decisão do STF.
Da Agência Brasil.
