Campos, RJ, sediará evento internacional de Rock.

1º de abril pode até ser dia da mentira, mas a verdade é que no dia seguinte Campos dos Goytacazes será uma das sedes do maior festival colaborativo internacional: Grito Rock. O evento acontece de forma articulada unindo produtores, artistas e públicos de diversos países.

Promovido pela rede Fora do Eixo, em Campos o festival ficará a cargo do coletivo Casinha que reúne produtores e artistas de diversos seguimentos na região. A expectativa dos organizadores é reunir 5 mil pessoas.

Afim de propiciar a circulação dos artistas, o festival mantém sua característica de criar rotas que facilitam turnês, através da articulação entre cidades que recebem o Grito Rock e podem dialogar com bandas e grupos diversos. Os artistas que se interessarem em compor a programação do festival poderão ser selecionados pelos produtores através da plataforma Toque no Brasil, que irá divulgar a abertura de vagas nas cidades onde ocorrerá o evento.

Em sua última edição em 2014 o Grito Rock aconteceu em 300 cidades em 35 diferentes países, lançando diversas bandas no cenário nacional e internacional, além de criar uma rede de articulação da cena alternativa.

“ O Grito Rock é o primeiro grande empreendimento da Casinha. Além do festival em si um dos nossos objetivos é apresentar a dinâmica de construção colaborativa, assim como é a nossa produtora. A rede articulada do Grito do Rock oferece uma grande oportunidade para bandas profissionais e amadoras facilitando o trânsito de artistas pelo Brasil e pelos países participantes. Inserir Campos neste cenário é também valorizar a tradição de um município que ofertou ao longo dos anos inúmeras bandas de rock de altíssimo nível”, explicou Mariana Fagundes, publicitária, especialista em cultura popular e uma das idealizadoras da Casinha.

A rede de informação do festival é baseada em tecnologias de plataformas livres. “ Para quem pretende receber bandas, produtores ou pessoas que queiram curtir o festival poderá se cadastrar no Hospeda Cultura. Na prática é um modelo de Couchsurfing. O evento é todo colaborativo, o próprio público interage com as plataformas e ajuda quem vem de fora a se estabelecer na cidade”, pontuou Fagundes.

O evento contará também com apresentações de grupos de dança e teatro​, mostra de cinema e mesas de debate sobre cultura, direitos autorais, coletivos culturais, ativismo social e economia colaborativa.​

Casinha

A Casinha é um coletivo que agrega diversos tipos de profissionais em um espaço colaborativo no qual todos dedicam horas de trabalho para montagem de eventos e projetos em diversas áreas como publicidade, jornalismo, exposições, design e projetos de mídia alternativa.

Atualmente a rede agrega 50 pessoas entre psicólogos, artistas, produtores culturais, educadores, advogados, jornalistas, publicitários, administradores e atores.

De acordo com um dos fundadores da Casinha o psicólogo e produtor cultural Douglas Nunes, o objetivo é articular uma rede que possa fazer frente ao circuito tradicional de eventos. “ A Casinha é um apanhado de gente querendo realizar. Essa é nossa força motriz. Quando a Casinha ainda era só uma ideia o artista plástico João de Oliveira cedeu a casa de sua família aqui na rua Barão de Miracema para darmos materialidade a ideia. Ele é nosso padrinho e um grande incentivador dessa dinâmica de construção coletiva. E a casinha é isso, um bem-bolado de gente talentosa fora do eixo”

Atualmente o coletivo está atuando em 30 projetos, sendo que 10 em franca execução. “A expectativa é chegar ao final do ano tendo executado 300 projetos de pequeno, médio e grande porte. Desde festivais gastronômicos, vernissages, saraus, debates etc”, conta, entusiasmado, Nunes.

Por: Rogério Siqueira.

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