Acorda antes do sol. O relógio marca 5:10 da manhã. O corpo, ainda preso à cama, reclama baixinho. Uma dor insistente no joelho direito, aquele que há anos pede cuidados especiais, tenta convencê-lo a adiar o treino. Mas ele levanta. Não é teimosia, é propósito. Lá fora, o céu ainda é um véu cinza. A cidade desperta lentamente, mas o coração dele já pulsa em ritmo de corrida. Aos 50 e poucos, não é mais sobre pace, pódio ou performance. É sobre presença. Persistência. Superação. Coloca o tênis como quem veste armadura. Cada passada será um enfrentamento — contra o tempo que insiste em dizer que ele está velho demais para isso, contra o espelho que devolve rugas e marcas de sol, contra os olhares que o julgam por estar ali, na rua, suando, como se correr fosse privilégio dos mais jovens. Mas a corrida é dele. Sempre foi. Desde os 40, quando começou para aliviar o estresse do trabalho. Aos 45, quando enfrentou a primeira lesão séria. Aos 48, quando perdeu um amigo para u...
Blog especializado em corrida para corredores 50+, antigo Momento Verdadeiro