O Paradoxo da Corrida de Rua: Democrática no Asfalto, Excludente na Largada

A corrida de rua representa, em sua essência, a democratização máxima do esporte. Não exige quadras milionárias, equipamentos sofisticados ou estruturas complexas – apenas um par de tênis e a vontade de se movimentar. Nas ruas, calçadas e parques do Brasil, milhões de pessoas descobriram na corrida uma forma acessível de exercitar-se, socializar e buscar qualidade de vida. Paradoxalmente, porém, as provas oficiais que deveriam celebrar essa modalidade popular têm se tornado cada vez mais elitizadas, criando barreiras econômicas que separam nitidamente os estratos sociais e transformam eventos supostamente democráticos em privilégios de classe. A Escalada dos Preços: Números que Excluem O cenário atual das inscrições para corridas de rua no Brasil revela uma realidade alarmante. Provas que há uma década custavam entre R$ 20 e R$ 50 hoje chegam facilmente a R$ 150, R$ 200 ou até R$ 300, especialmente em eventos de maior prestígio nas capitais. A Maratona Internacional de São Paulo, uma d...