Obama espera aval do Congresso americano para atacar a Síria.

Agência Brasil - Os Estados Unidos estão prontos para uma intervenção militar na Síria, declarou hoje (31) o presidente norte-americano Barack Obama, em pronunciamento na Casa Branca. Obama ressaltou, porém, que vai pedir o aval do Congresso americano, que está em recesso até 9 de setembro.

O presidente disse que não espera a concordância de todos os países com a ação militar na Síria, mas pediu que aqueles que estiverem de acordo declarem isso publicamente. Ele afirmou que tomará a decisão mesmo sem aprovação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o chefe do governo americano, o governo sírio cometeu violência contra a dignidade humana e fere a segurança dos Estados Unidos, uma vez que pode estimular o uso de armas químicas e proliferação de grupos terroristas. Obama reforçou que considera o governo sírio responsável pelo ataque ao próprio povo. Ele destacou que os Estados Unidos têm de que agir diante desse ato na Síria, que, conforme relatos de serviços secretos americanos, provocou a morte de mais de mil pessoas, entre elas crianças.

A oposição e países ocidentais acusam o regime de Bashar Al Assad de ter usado gás tóxico no ataque do dia 21 deste mês, nos arredores de Damasco, capital síria. O governo sírio rejeita as acusações e atribui a responsabilidade pelo ataque aos rebeldes.

O conflito na Síria já fez, desde março de 2011, mais de 100 mil mortos e levou o país a ser suspenso dos trabalhos da Liga Árabe.

Pedido de Obama agrada ao presidente do Congresso norte-americano
(Foto: Miker Theiler/Reuters)
O presidente do Congresso dos Estados Unidos, John Boehner, disse que ficou satisfeito com anúncio feito hoje (31) pelo presidente Barack Obama de que pedirá autorização do Parlamento para uma intervenção militar na Síria. Em pronunciamento nos jardins da Casa Branca, Obama comunicou a decisão de agir militarmente contra o regime sírio como punição pelo uso de armas químicas contra civis.

"Estamos prontos para atacar quando quisermos", disse o presidente. Ele ressaltou, porém, que pedirá a autorização dos congressistas "para o uso da força" e pediu que estes apoiem a operação contra a Síria em nome da segurança nacional norte-americana. O Congresso está em recesso até 9 de setembro, o que parece afastar a perspectiva de uma ação militar iminente contra o regime de Bashar Al Assad.

Parlamentares republicanos indicaram neste sábado que o pedido de autorização de Obama será analisado logo na semana de 9 de setembro. "Estamos satisfeitos por o presidente ter pedido autorização para uma intervenção militar na Síria", disse Boehner, em comunicado conjunto dos congressistas republicanos.

No pronunciamento em que anunciou a decisão de intervir na Síria, Obama não fez referência a qualquer sessão extraordinária do Congresso, mas explicou que manteve contatos com parlamentares, que concordaram em debater o assunto no recomeço dos trabalhos.

ONU: conclusão sobre armas químicas na Síria só sai depois de testes em laboratório

Os peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) não vão tirar conclusões sobre o uso de armas químicas na Síria antes do resultado das análises laboratoriais. A informação é do porta-voz da ONU, Martin Nesirky.

Segundo o porta-voz, os peritos vão apresentar resultados de forma imparcial e crível.

Os inspetores da ONU deixaram hoje (31) a Síria depois de uma missão no país. Eles visitaram os arredores de Damasco para recolher vestígios de um eventual uso de armas químicas.

"Não podemos ainda estabelecer um calendário" para as conclusões, disse Martin Nesirky, após reunião do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e da alta representante da ONU para o Desarmamento, Angela Kane, que também esteve na Síria.

A oposição síria e vários países ocidentais acusam o regime de Bashar Al Assad de utilizar gás tóxico em um ataque ocorrido há dez dias, nos arredores de Damasco, provocando a morte de centenas de pessoas. O regime sírio nega as acusações. (Agência Brasil/Com Agências Internacionais).

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