Medicamento aumenta sobrevida em pacientes com câncer de pulmão.

O câncer de pulmão é o mais letal. A doença mata cerca de 1,6 milhão de pessoas por ano no mundo. Segundo o Dr. Drauzio Varella, câncer de pulmão é um dos tumores malignos mais comuns.
De acordo com o médico cancerologista, o tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão e é responsável por 90% dos casos. Entre os outros fatores que devem ser considerados estão a exposição a certos agentes químicos (asbesto, arsênico), a metais pesados (níquel, cromo), os fatores genéticos, a presença de doença obstrutiva crônica, como enfisema pulmonar e bronquite, e história familiar de câncer de pulmão.

Boa notícia: uma reportagem recente da "BBC" traz informações importantes sobre o avanço da medicina no tratamento contra o câncer de pulmão.

O novo tratamento pode mais do que dobrar a sobrevida de alguns pacientes, revelou uma pesquisa conduzida por cientistas americanos e europeus. Segundo os especialistas, uma nova droga, chamada Nivolumab, impede que as células cancerígenas se escondam dos sistemas de defesa do corpo humano, deixando o tumor mais vulnerável à ação dos anticorpos.

Os cientistas chegaram aos resultados após conduzirem um experimento com 582 pessoas. As descobertas foram publicadas na revista científica American Society of Clinical Oncology e descritas como "uma esperança real para os pacientes". Como a doença é de difícil tratamento e normalmente tem diagnóstico tardio, as chances de sobrevida do paciente são significativamente reduzidas após a descoberta do tumor.

Sobre a Nivolumab: O medicamento faz parte de uma série de drogas chamadas "inibidores de checkpoint" sendo desenvolvidas por laboratórios farmacêuticos.

— Nivolumab é o primeiro inibidor PD-1 a mostrar um avanço significativo na sobrevivência média na terceira fase do experimento em pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado, disse o responsável pela pesquisa, Luis Paz-Ares, do Hospital Universitario Doce de Octubre.

Como funciona: O sistema imunológico humano é treinado para combater infecções, mas também ataca partes do corpo quando elas apresentam um mau funcionamento ─ é o caso do câncer. No entanto, tumores apresentam alguns "truques" de forma a sobreviver a esses ataques naturais. Eles produzem uma proteína chamada PD-L1 que desliga qualquer parte do sistema imunológico que tenta atacá-los. O medicamento impede que as células cancerígenas "desliguem" o sistema imunológico, deixando-as vulneráveis ao ataque do próprio corpo humano.

Testes em humanos: O experimento, conduzido na Europa e nos Estados Unidos, foi realizado em pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado e que já haviam recorrido a outros tipos de tratamento. Aqueles que se submetiam ao tratamento comum viviam, em média, 9,4 meses após iniciar a terapia, enquanto que os que tomavam Nivolumab viviam, em média, mais 12,2 meses. No entanto, alguns pacientes tiveram um desempenho espetacular. Aqueles com tumores que produziam altos níveis de PD-L1 chegaram a viver por mais 19,4 meses.

Avanços e considerações: Usar o próprio sistema imunológico do paciente para combater a doença seria uma "parte essencial" do tratamento contra o câncer de pulmão, disse a ONG Cancer Research UK. Em entrevista à BBC, Alan Worsley, porta-voz da instituição, disse que o "experimento mostra que bloqueando a habilidade do câncer de pulmão de se esconder das células do sistema imunológico pode ser mais eficiente do que os atuais tratamentos quimioterápicos. Avanços como esse dão esperança real a pacientes com câncer de pulmão, que até agora tinham poucas opções".

Cientistas esperam que essas drogas possam funcionar em diferentes tipos de câncer. A Nivolumab, por exemplo, foi aprovada nos Estados Unidos para tratar o melanoma (câncer de pele). Mas ainda há questões a serem respondidas. As consequências de longo prazo de modificar o sistema imunológico ainda são desconhecidas e o melhor caminho para entender quem responderá ao tratamento também não é sabido.

Os tratamentos também tendem a ser muito caros, o que representará um desafio aos sistemas de saúde dispostos a oferecê-los, como informou a reportagem de James Gallagher, editor de Saúde da BBC News.

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Fonte: BBC Edição: Washington Luiz.

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