Batwoman: uma análise crítica da série de televisão e sua relação com os quadrinhos

Batwoman
Batwoman é uma série de televisão americana de super-herói desenvolvida por Caroline Dries para a emissora The CW. Baseada na personagem da DC Comics de mesmo nome, a série faz parte do universo compartilhado do Arrowverse, que inclui outras séries como Arrow, The Flash, Supergirl e Legends of Tomorrow. A série estreou em 6 de outubro de 2019 e durou três temporadas até 2 de março de 2022.

A primeira temporada segue Kate Kane (Ruby Rose), prima do vigilante Bruce Wayne, que se torna Batwoman em sua ausência. Ela enfrenta a gangue Wonderland, liderada por sua irmã gêmea Alice (Rachel Skarsten), que foi sequestrada e torturada quando criança. Ela também lida com seu relacionamento com a agente Sophie Moore (Meagan Tandy), sua ex-namorada da academia militar, e com seu pai Jacob Kane (Dougray Scott), que comanda uma empresa de segurança privada chamada Crows.

A segunda temporada foca em Ryan Wilder (Javicia Leslie), uma ex-presidiária que encontra o traje de Batwoman abandonado após o desaparecimento de Kate. Ela assume o manto da heroína para proteger Gotham City dos planos malignos de Safiyah Sohail (Shivaani Ghai), uma antiga amante de Alice que governa uma ilha chamada Coryana. Ela também enfrenta a False Face Society, uma organização criminosa que trafica uma droga chamada Snakebite, e seu líder Black Mask (Peter Outerbridge), que tem uma conexão pessoal com Ryan2.

A terceira temporada mostra Ryan consolidando sua posição como Batwoman e formando uma equipe com Luke Fox (Camrus Johnson), Mary Hamilton (Nicole Kang) e Renee Montoya (Victoria Cartagena). Eles tentam impedir os planos de Poison Ivy (Bridget Regan), que quer transformar Gotham em um paraíso vegetal, e de Roman Sionis (Robin Givens), um empresário corrupto que quer controlar a cidade. Eles também descobrem os segredos do Troféu Wayne, uma coleção de artefatos dos inimigos do Batman, que podem trazer consequências catastróficas se caírem em mãos erradas.

Pontos fortes e limitações da série

A série Batwoman tem alguns pontos fortes que merecem ser reconhecidos, como:

  • A representatividade da personagem principal, que é uma mulher negra e lésbica, algo raro no gênero super-herói. A série aborda temas como racismo, homofobia, violência doméstica e injustiça social de forma sensível e relevante.
  • A atuação de Rachel Skarsten como Alice, que é uma das vilãs mais carismáticas e complexas do Arrowverse. Ela consegue transmitir a loucura, a dor e a humanidade da personagem, que tem uma relação conflituosa com sua irmã Kate e sua família.
  • A ação e os efeitos especiais, que são bem produzidos e coreografados. A série apresenta cenas de luta empolgantes e criativas, que exploram as habilidades e os equipamentos da Batwoman. Os efeitos especiais também são convincentes e dão vida aos vilões fantásticos da série, como o Crocodilo, o Espantalho e a Hera Venenosa.

No entanto, a série também tem algumas limitações que comprometem sua qualidade, como:

  • A inconsistência do roteiro, que apresenta furos, contradições e conveniências narrativas. A série muitas vezes não explica ou justifica as motivações e as ações dos personagens, ou muda as regras do universo sem coerência. Alguns exemplos são: a forma como Kate desaparece na segunda temporada; a forma como Ryan consegue usar o traje e os gadgets da Batwoman sem treinamento; a forma como Safiyah controla a mente de Alice com uma flor; a forma como o Troféu Wayne é ativado e desativado.
  • A falta de originalidade e de profundidade da história, que recicla elementos e clichês de outras séries do Arrowverse e dos quadrinhos da DC. A série não consegue criar uma identidade própria e se diferencia pouco das outras produções do gênero. Alguns exemplos são: a ilha de Coryana, que lembra a ilha de Lian Yu de Arrow; a False Face Society, que lembra a Liga dos Assassinos de Arrow; o Black Mask, que lembra o Prometheus de Arrow; a Poison Ivy, que lembra a Supergirl infectada pela kryptonita vermelha de Supergirl.
  • A baixa qualidade do diálogo, que é muitas vezes forçado, expositivo e melodramático. A série não consegue criar diálogos naturais e interessantes entre os personagens, e recorre a frases clichês e batidas. Alguns exemplos são: "Eu sou a vingança, eu sou a noite, eu sou a Batwoman"; "Você não é minha irmã, você é um monstro"; "Eu não quero ser uma heroína, eu quero ser uma lenda".

Comparação entre a série e os quadrinhos

A série Batwoman se baseia nos quadrinhos da personagem, que foram criados em 2006 por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid e Keith Giffen. A personagem é uma versão feminina do Batman, que também usa suas habilidades e tecnologia para combater o crime em Gotham. A personagem é Katherine "Kate" Kane, uma mulher lésbica e judia, que é prima do Bruce Wayne e que tem uma história trágica envolvendo sua família militar.

A série faz algumas adaptações e mudanças em relação aos quadrinhos, tanto na primeira temporada com Kate Kane quanto na segunda e terceira temporada com Ryan Wilder

Algumas dessas diferenças são:

  • Na série, Kate é filha de Jacob Kane e Gabi Kane, que são militares da inteligência. Nos quadrinhos, Kate é filha de Jacob Kane e Catherine Hamilton-Kane, que é herdeira de uma empresa de armas. Gabi Kane é sua tia nos quadrinhos.
  • Na série, Alice é a irmã gêmea de Kate, que foi sequestrada por um homem chamado Cartwright quando criança. Nos quadrinhos, Alice é a irmã gêmea de Kate, que foi sequestrada por um grupo terrorista chamado Religion of Crime quando criança.
  • Na série, Sophie Moore é uma agente dos Crows e ex-namorada de Kate na academia militar. Nos quadrinhos, Sophie Moore é uma capitã do exército e ex-colega de Kate na academia militar.
  • Na série, Luke Fox é o filho de Lucius Fox e um especialista em tecnologia que ajuda Kate e Ryan como Batwoman. Nos quadrinhos, Luke Fox é o filho de Lucius Fox e um super-herói que usa o codinome Batwing.
  • Na série, Mary Hamilton é a meia-irmã de Kate e uma estudante de medicina que administra uma clínica clandestina. Nos quadrinhos, Mary Hamilton é a prima de Kate e uma socialite que se torna uma vilã chamada Bloody Mary.
  • Na série, Ryan Wilder é uma personagem original criada para suceder Kate como Batwoman. Ela é uma mulher negra e lésbica que foi criada no sistema de adoção e que tem um passado criminoso. Ela encontra o traje de Batwoman abandonado após o desaparecimento de Kate. Nos quadrinhos, não há nenhuma personagem com esse nome ou características.
  • Na série, Safiyah Sohail é uma antiga amante de Alice e a governante de Coryana, uma ilha onde Kate viveu por um ano. Ela tem o poder de controlar as pessoas com uma flor chamada Desert Rose. Nos quadrinhos, Safiyah Sohail é uma antiga amante de Kate e a governante de Coryana, uma ilha onde Kate viveu por um ano. Ela não tem nenhum poder sobrenatural.
  • Na série, Black Mask é o líder da False Face Society e o pai de Circe Sionis, uma assassina que usa o rosto de Kate Kane. Ele tem uma vingança pessoal contra Ryan, que matou sua esposa acidentalmente. Nos quadrinhos, Black Mask é o líder da False Face Society e o filho de Richard Sionis, um empresário corrupto. Ele tem uma rivalidade com o Batman e com a Batwoman.
  • Na série, Poison Ivy é uma vilã que quer transformar Gotham em um paraíso vegetal. Ela é uma antiga amiga de Ryan, que foi infectada por uma planta misteriosa. Ela tem o poder de controlar as plantas e de seduzir as pessoas com seus feromônios. Nos quadrinhos, Poison Ivy é uma vilã que quer proteger o meio ambiente dos humanos. Ela é uma antiga colega de Kate, que foi exposta a um experimento químico. Ela tem o poder de controlar as plantas e de imunizar as pessoas com seus beijos.

Essas diferenças entre a série e os quadrinhos podem ser vistas como escolhas criativas da equipe de produção, que tentou adaptar o material original para um novo formato e para um novo público. No entanto, essas diferenças também podem ser vistas como desrespeitos aos fãs e aos criadores dos quadrinhos, que esperavam uma fidelidade maior à fonte original. Além disso, essas diferenças podem afetar a qualidade da série, que pode perder a essência e a coerência da personagem e do universo da Batwoman.

Avaliação final da série

Com base na análise dos aspectos mais distintos da série Batwoman, tanto seus pontos fortes quanto suas limitações, e na comparação entre a série e os quadrinhos, é possível atribuir uma avaliação final para a série. Essa avaliação leva em conta tanto os critérios técnicos quanto os critérios subjetivos da série, como:

  • A atuação dos atores e atrizes
  • A direção e a fotografia
  • O roteiro e a história
  • A trilha sonora e a edição
  • A fidelidade e a originalidade
  • A diversão e o entretenimento

Considerando esses critérios, a avaliação final da série Batwoman é: 5/10

A série Batwoman é uma série mediana, que tem alguns momentos interessantes e divertidos, mas que também tem muitos problemas e defeitos. A série não consegue se destacar entre as outras séries do Arrowverse e dos quadrinhos da DC, e não consegue aproveitar todo o potencial da personagem e do universo da Batwoman. A série pode agradar alguns fãs mais casuais ou menos exigentes, mas pode decepcionar ou irritar os fãs mais fiéis ou mais críticos.

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