Aécio pede aprofundamento das investigações do 'petrolão'.

Política - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quarta-feira (5) que qualquer tipo de diálogo com o governo depende do “aprofundamento” das investigações sobre o suposto esquema de corrupção na Petrobras, que chamou de petrolão. “Agora, os que foram intolerantes durante 12 anos falam em diálogo. Pois bem, qualquer diálogo estará condicionado ao envio de propostas que atendam aos interesses dos brasileiros. E, principalmente, chamo a atenção desta Casa e dos brasileiros, qualquer diálogo tem que estar condicionado, especialmente, ao aprofundamento das investigações e exemplares punições dos envolvidos naquele que está condicionado a ser o maior escândalo de corrupção da história desse país, o conhecido petrolão”, afirmou Aécio, aplaudido em seguida por servidores e parlamentares presentes ao plenário.

Ainda durante seu discurso na tribuna do Senado Federal, o tucano afirmou que atuará, nos próximos quatro anos, de forma “intransigente” pelos interesses dos brasileiros. “Faremos uma oposição incansável e intransigente na defesa dos interesses dos brasileiros, vamos investigar e denunciar, combater sem trégua a corrupção”, disse.

A máscara começou a cair -  Aécio Neves também acusou o PT de usar a “mentira” e os ataques pessoais como principal instrumento de campanha. “Quero aqui reafirmar, para ficar registrado nos anais desta Casa, que de todas a mentira foi a principal arma dos nossos adversárias. Mentiram sobre o passado [...] fomos acusados de propostas que jamais fizemos. Assistimos reiteradas tentativas de reescrever a história. No entanto, não demorou muito para que a máscara começasse a cair”, afirmou.

Problemas econômicos - O tucano passou a enumerar problemas econômicos do país, como a alta da inflação, a elevação da taxa de juros pelo Banco Central, o déficit recorde das contas públicas em setembro, o aumento da tarifa de energia e a decisão da Petrobras de aumentar o preço da gasolina. “A candidata já está fazendo aquilo que disse que não faria. Na próxima semana, teremos aumento no preço da gasolina e já nessa semana tivemos aumento no setor de energia. O mais grave ao omitir a verdade dos brasileiros e adiar as medidas necessárias é que o aumento vai pesar justamente na conta dos que menos têm”, disse.

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Aécio destacou que alertou sobre o fato de as tarifas estarem “represadas” e que foi taxado pela presidente Dilma de “pessimista”. “A grande verdade é que tudo isso parece não incomodar os donos do poder. Quem falou a verdade foi taxado de pessimista, de ser contra o Brasil. A história rapidamente mostrou quem tinha razão. Só não conseguiram esconder os escândalos de corrupção porque os delatores resolveram falar a verdade para reduzir suas penas.”

A verdade - O senador afirmou que é preciso “unir o país em torno de um projeto de desenvolvimento”, mas ressalvou que para tanto é preciso que o governo fale a verdade. “O diálogo depende de propostas concretas e depende de o governo demonstrar que pretende investigar essas gravíssimas denúncias de corrupção. Os gestos hoje estão nas mãos da presidente da República. Infelizmente, a verdade não foi a arma utilizada pelo governo para vencer essas eleições”, disse.

Ele criticou resolução aprovada nesta segunda (3) pela Executiva Nacional do PT que prega o diálogo com a oposição, mas acusa a campanha de Aécio de ter demonstrado machismo e nostalgia da ditadura militar. “Esses atributos eles jogam sobre 51 milhões de brasileiros, eles é que são atacados pelo PT. Nossa campanha respeitou os limites da ética. Nós não somos isso que querem fazer crer”, declarou.

"Diabo se envergonharia"  - Mais cedo, durante reunião da Executiva Nacional do PSDB, Aécio tinha dito que o “diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas durante a eleição deste ano”, referindo-se à campanha do PT, partido que saiu vitorioso na disputa presidencial. A declaração do tucano foi uma resposta a uma declaração da presidente reeleita Dilma Rousseff do ano passado, na qual ela afirmou que se pode “fazer o diabo na hora da eleição”.  “Essa campanha levará duas marcas muito claras. Uma delas protagonizada pelos nossos adversários, a campanha da infâmia, da mentira, da utilização absolutamente sem limites da máquina publica em benefício de um projeto de poder. Pelo menos cumpriram a palavra. Disseram que iam fazer o diabo. O diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas durante essa eleição”, declarou o tucano

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