Petrobras reduzirá investimentos em razão das perdas relacionadas ao esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Reduzir investimentos e desacelerar o ritmo de alguns projetos, são medidas anunciadas pela Petrobras nesta quinta-feira, 29, em razão da atual situação financeira da companhia e das perdas relacionadas ao esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com o balanço divulgado ontem pela estatal, o rombo na petrolífera chega a R$ 88 bilhões.
De acordo com a presidente da estatal, Graça Foster, a carteira de exploração da Petrobras vai se restringir ao mínimo necessário. "A essência do plano é a revisão do crescimento da Petrobras em 2016. Vamos reduzir o investimento, e evitar contratar novas dívidas. A área de produção que era prioritária, hoje toma maior dimensão", disse Foster.
   
Conforme informou o portal de notícias da Globo (G1), o investimento previsto no plano de negócios foi revisto para US$ 42 bilhões por ano, redução de 25%. No fim de 2015 haverá desinvestimentos (venda de ativos) de US$ 3 bilhões, perto do que foi registrado em 2014 de US$ 3,5 bilhões.

A Petrobras estimou que encerrará 2015 com caixa entre US$ 8 bilhões e US$ 12 bilhões, o que permitirá à companhia evitar captações de novos recursos ao longo do ano.

Lucro líquido da Petrobras 


Com dois meses de atraso, a Petrobras divulgou na madrugada desta quarta o balanço do terceiro trimestre de 2014, mas sem as baixas por corrupção. A estatal informou que teve lucro líquido de R$ 3,087 bilhões, uma queda de 38% em relação ao trimestre anterior.

Segundo a presidente da Petrobras, as contas auditadas da companhia serão divulgadas no menor prazo possível, mas não deu previsão de quando será isso. Ela disse ainda que as perdas com corrupção podem ser ainda maiores do que os cálculos preliminares, dependendo do andamento das investigações.

"Novas informações oriundas das investigações em curso podem resultar em novos ajustes", destacou Graça. "O caixa da Petrobras não é afetado por ajustes decorrentes da corrupção, nem a geração operacional tem qualquer tipo de influência dos ajustes decorrentes da corrupção", disse a executiva. Com informações do G1.