Insatisfação e revolta em Copenhague


Países pobres e em desenvolvimento criticam um suposto documento que vazou na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15). Revoltante afirmou Lumamba Stanislaus, presidente do G77 (grupo de países pobres e em desenvolvimento do qual participa o Brasil). “os US$ 10 milhões anuais propostos pelos países ricos para financiar projetos de redução de emissões não compram sequer caixões suficientes para os que irão morrer”. Finalizou o presidente.

O texto – que teria sido elaborado pela própria Dinamarca com o apoio de líderes americanos e britânicos – revela a intenção de separar o Brasil, a China e a Índia dos países pobres, além de introduzir metas de emissões obrigatórias para nações em desenvolvimento. Várias das propostas indicam um afastamento dos princípios que norteiam o Protocolo de Quioto.

Após o vazamento do documento, o governo chinês convocou uma entrevista para exigir que os países ricos assumam a responsabilidade pelo histórico de emissões de gases de efeito estufa. Representantes da Aliança Pan-Africana pela Justiça Climática chegaram a provocar um tumulto na sede da conferência em protesto contra o documento.

De acordo com a BBC Brasil, o embaixador extraordinário para Mudanças Climáticas do Itamaraty, Sérgio Serra, afirmou que o rascunho do texto foi apresentado na reunião preparatória há uma semana, também em Copenhague. Ao fim do encontro – do qual participaram apenas representantes dos países mais influentes nas negociações – o documento teria sido recolhido pelos próprios dinamarqueses.

O secretário executivo da COP-15, Yvo de Boer, lembrou que o Protocolo de Quioto prevê metas específicas para países ricos e que os mais pobres devem ser priorizados.

Edição: Washington Luiz / Fonte: Abr.

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