Julgamento do Casal Nardoni - acusação e defesa resumem o 2 dia

Divulgação
Em cerca de onze horas de sessão, os presentes ao segundo dia de júri popular de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá nesta terça-feira (23) pela morte da Isabella Nardoni, 5, ouviram três.

O momento mais marcante foi a apresentação de fotos de Isabella pelo legista Paulo Tieppo Alves. A avó de Isabella, mãe de Ana Carolina Oliveira, chorou e chegou a deixar a sala do júri. Antes, o legista afirmara que um conjunto de traumas provocou a morte da menina, como já havia sido divulgado: uma asfixia causada por esganadura, uma queda dentro do apartamento, possivelmente provocada por alguém que a jogou, e a queda da janela. Mas também trouxe um laudo minuciosamente explicado: que mostra que alguém tentou calar a boca da menina para impedir seus gritos.

Antes, depôs a delegada do caso, Renata Pontes, que fazia o plantão no 9º DP (Carandiru) quando a menina foi morta. A policial defendeu as investigações do caso, negou qualquer abuso de autoridade policial contra o casal e afirmou ter “100% de certeza” de que Anna Carolina e Alexandre mataram Isabella. O depoimento começou com uma hora de atraso, para a montagem da maquete de cerca de 2 metros, que agora ocupa grande parte do plenário do 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, onde o casal é julgado desde esta segunda (22).

O último e mais curto depoimento foi o do perito baiano Luiz Eduardo Carvalho Dórea, que somente teve o nome divulgado nesta terça. Autor do livro “Manchas de Sangue como Indício em Local de Crime”, Dórea foi chamado perante o tribunal para comentar um laudo feito a pedido da defesa sobre as gotas de sangue de Isabella encontradas no apartamento. Perdeu força quando a própria defesa descartou usar o laudo, feito pela perita Delma Gama extraoficialmente.

Ao final dos trabalhos, o advogado do casal, Roberto Podval, afirmou que nenhum dos depoimentos, embora mostrem como Isabella morreu, conseguem atribuir o assassinato aos Nardoni. Para o defensor, até o momento, só foram feitas suposições. “Saber como ocorreu o crime, nós sabemos. Daí ter a autoria e ver se foram eles, está muito distante”, disse.

Já o promotor Francisco Cembranelli acredita que os testemunhos serviram para demonstrar que Isabella foi brutalmente assassinada pelo casal. “Não há incoerência alguma, os depoimentos são apenas um fragmento do que a Promotoria ainda vai apresentar. Sairei daqui com o veredicto que espelhe a verdade”, afirmou.

Edição: Washington Luiz / Fonte:24horasnews

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