Obesidade infantil é tema no Congresso Brasileiro de Nutrologia

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Dificuldades de adaptação na escola, complicações de relacionamento com outras crianças e limitações durante atividades físicas são apenas alguns dos prejuízos sociais que uma criança acima do peso pode sofrer. Tentar mascarar o problema, no entanto, não é a solução, segundo o Dr. Carlos Alberto Nogueira, médico nutrólogo e diretor da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Para ele, o principal é ensinar as crianças com obesidade a lidar com as diversas situações. O assunto foi destaque no Congresso Brasileiro de Nutrologia, que termina nessa sexta-feira, em São Paulo.

"Os pais devem, primeiramente, procurar o tratamento adequado para que os filhos percam peso corretamente", acredita o médico nutrólogo. Ele alerta que a obesidade é um problema de saúde pública e pode levar a diversas outras doenças como diabetes, hipertensão e colesterol. "Além disso, a criança acima do peso precisa aprender a superar os momentos adversos enquanto faz a dieta, até chegar ao peso ideal", afirma. "A atitude dos pais, assim como dos professores, deve ser acolhedora, o que não significa fingir não há nada de errado", aponta.

Um estudo sobre autoestima e obesidade infantil, realizado pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade de Londres, com crianças de 9 a 11 anos, mostrou que a pouca interação social e as experiências negativas na escola e em casa são as principais causas da baixa autoestima de crianças que acreditam ser responsáveis pelo sobrepeso. Segundo a pesquisa, elas se sentem previamente condenadas e criticadas pelas outras pessoas.

Para o Dr. Nogueira, a principal implicação emocional que envolve a criança com obesidade é o fato de, mesmo não sendo responsáveis diretas, atribuírem a si a culpa pelo próprio excesso de peso. Muitas crianças que possuem peso normal conferem às obesas características negativas que não têm relação alguma com o fato de estarem acima do peso - como falta de inteligência ou antipatia, por exemplo.

Consequências podem persistir na fase adulta

"Pais e professores devem entender as limitações da criança com obesidade e se adequar a elas", considera o médico nutrólogo. "Eles precisam cuidar para que as outras crianças não ridicularizem as que estão obesas e, ao mesmo tempo, têm que manter uma posição realista e fazer com que entendam que é necessário perder peso", salienta. O Dr. Nogueira assegura que, se não houver um suporte psicológico, as consequências podem chegar à fase adulta, causando desde irritação até depressão e anorexia nervosa, por exemplo.

Os aspectos psicológicos da obesidade na infância é tema de congresso de Nutrologia

As posições éticas e psicológicas que envolvem o tratamento de crianças com obesidade estão entre os temas que discutidos no XIV Congresso Brasileiro de Nutrologia, que acontece de 15 a 17 de setembro em São Paulo. O evento, promovido pela ABRAN, deve reunir este ano 2.500 médicos e profissionais de saúde e conta com painéis abertos ao público com dicas sobre alimentação e saúde. "A questão da obesidade infantil, principalmente a relação com o aspecto emocional que envolve as crianças e a família, é um assunto muito importante para o debate na Nutrologia", confirma a Dra. Elza Mello, médica nutróloga e diretora da ABRAN.

Fonte:Barcelona Soluções Corporativas e Relações Institucionais

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