Sem atendimento bebê de 20 dias morre à espera de uma cirurgia cardíaca

"O Ministério da Saúde considera que os interesses de uma classe profissional não podem se sobrepor à vida dos pacientes."

Qual o valor de uma vida? Como explicar para uma mãe que seu filho morreu dentro de um hospital esperendo uma cirurgia cardíaca. E o pior, é saber que os médicos suspenderam as operações por não concordar com valores pagos pelo SUS. Que o profissionais busquem seus direitos, que os poderes cosntituídos tomem uma providência urgente. Pois, problemas materiais são resolvidos, mas quando se trata de uma vida não tem jeito, ela é única.

É muito difícil perder o seu filho e saber que alguma coisa poderia ter sido feita e ninguém fez, todo mundo deixou que acontecesse. Bruno, o filho de Cristiane, tinha 20dias e estava internado na UTI desde a semana passada.

O menino precisava de uma cirurgia cardiovascular por causa de um desvio na aorta. Como o caso era de urgência, os pais do bebê esperavam que a cirurgia fosse feita pelo Sistema Único de Saúde, mas ouviram outra resposta. "Simplesmente não tem atendimento, não tem atendimento, revela o pai do bebê."

No final do ano passado, 20 médicos que fazem parte de uma cooperativa de cirurgiões cardíacos de Goiás pediram descredenciamento do SUS.

Os médicos não aceitam o valor pago por cirurgia: R$ 894 para a equipe de cinco profissionais. Querem o que está na tabela da associação médica brasileira, cerca de R$ 6 mil.

Desde então, nenhuma operação cardíaca infantil é realizada no estado, porque o único médico que atende pelo SUS e não é associado à cooperativa não tem especialização em cirurgia pediátrica.

“Nesse momento nem a secretaria estadual nem a secretaria municipal não têm ferramentas de pressão legal para forçar que o profissional realize o procedimento”, explica Hélio De Freitas Morais, superintendente de controle e avaliação da Secretaria Estadual de Saúde – GO.

“É preferível o médico ficar parado no consultório dele, atendendo os pacientes que compareçam, do que ficar cinco horas numa sala de cirurgia para ganhar 800 reais”, diz Wilson Mendonça, presidente da cooperativa.

Enquanto isso, outras crianças aguardam uma cirurgia cardíaca no estado. É o caso da filha de Fernando Ferreira que tem três anos e está internada há cinco dias. “Ela está bem fraquinha e ficando roxa. A cada dia que passa fica mais roxa, a unha dela, os dedos”, lamenta o pai.

A menina Maria Luísa recebeu alta e foi para casa sem a cirurgia.

O Ministério da Saúde considera que os interesses de uma classe profissional não podem se sobrepor à vida dos pacientes. Informou ainda que está em negociação com a sociedade brasileira de cirurgia cardiovascular e que a proposta apresentada pelos médicos está sendo analisada.

Com informações do site faxaju
Edição e Comentários: Washington Luiz

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