Nem a justiça pode garantir atendimento médico no Rio

Reprodução familares mostram
ordem judicial para transferência.
Rio de Janeiro - Não é de hoje que a saúde vive um caos em todo Estado, agora nem a justiça garante atendimento e lamentavelmente o paciente paga com a vida. Os parentes de Solano Lopes, 77, morto à 1h30 de sábado na UPA de Jardim Iris, onde estava desde o dia 9, com insuficiência cardíaca, tinham em mãos decisão da 3ª Vara Cível da Comarca. Desde quarta-feira, a ordem do juiz era para remover o paciente a unidade pública ou particular, sob pena de multa diária de R$ 500.

Segundo a Prefeitura de S. J. de Meriti, foram feitos pedidos de vaga a Central Reguladora do Estado diariamente desde o dia 10. “Falaram que a família tinha que procurar um hospital, porque não havia como transferi-lo”, contou a viúva de Solano, Maria Helena dos Santos, 53.

Ontem, morreram mais 2 pessoas que aguardavam transferência: Edio Cavalheiro, 79, no PAM Meriti desde o dia 9, e Ana do Rosário Santos, 86, desde o dia 14 no Posto 24h da Vila São João. Só de manhã ela foi levada ao Hospital de Saracuruna. O secretário municipal de Saúde de Meriti, Iranildo Campos Junior, e o coordenador da Central de Regulação de Vagas, Carlos Chaves, trocaram acusações. Chaves afirmou que o município deveria ter se valido do sistema ‘Vaga Zero’, que determina internação, sem consulta à central, de pacientes em risco de morte iminente. Iranildo disse ter sofrido resistência, ontem, no Hospital Saracuruna para internar 5 doentes graves. Ele acompanhou as ambulâncias até o hospital. A Secretaria Estadual de Saúde nega.

Edição e comentários: Washington Luiz
Com informações da Agência O Dia

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