Bento XVI fala sobre o mercado de pornografia infantil

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O Papa Bento XVI afirmou nesta segunda-feira que a Igreja deve questionar os próprios erros, para que escândalos, como os casos de pedofilia envolvendo religiosos, não se repitam.

"Devemos discutir o que é errado... na nossa maneira de definir o que é um cristão", disse o papa, ao receber membros da cúria romana para as felicitações de Natal.

Em discurso, no qual apresenta um panorama do ano que passou, Bento XVI destaca longamente a "humilhação" vivida pela Igreja Católica em seguida aos escândalos que a abalaram neste período: "devemos acolher esta humilhação como exortação à verdade e um apelo à renovação", disse ele.

Segundo o papa, a Igreja deve deve "se interrogar sobre o que poderá fazer para reparar o máximo possível (esta) injustiça" e "ser capaz de penitência".

Repetiu ter sido "abalado" por estes escândalos, com dimensão "inimaginável", que "ferem profundamente a pessoa humana na sua infância, causando dano para toda a vida". O olhar da Igreja "cobriu-se de poeira" durante o Ano sacerdotal (ano dedicado aos padres, de junho de 2009 a 2010), lamentou ele.

Afirmando estar "consciente da gravidade particular deste pecado cometido pelos padres e da responsabilidade correspondente" da Igreja, acrescentou: "não se pode calar o contexto no qual os acontecimentos se produziram".

"Existe um mercado de pornografia infantil, que parece, de uma certa forma, ser sempre e mais considerado pela sociedade como coisa normal", precisou.

"Nos anos 70, a pedofilia foi teorizada como coisa pertencente ao homem e à criança", acrescentou ele. E nesta época, "a moral cessou de existir", disse ainda.

Denunciou também "o turismo sexual" que "ameaça toda uma geração e atinge sua liberdade e dignidade", e a "droga" que, "com uma força crescente, estende seus tentáculos sobre o globo terrestre inteiro".

Desde a revelação há um ano de centenas de abusos cometidos na Irlanda, escândalos semelhantes explodiram nos Estados Unidos e em vários países da Europa, entre eles a Alemanha, país natal do papa, provocando a mais grave crise no seio da Igreja Igreja Católica nas últimas décadas.

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