O fracassado relacionamento amoroso de um jovem militar.

A dura realidade que nasceu de uma utopia.

Capítulo 3 - A chegada ao Rio de Janeiro foi triunfal, à Cidade Maravilhosa deslumbrava, encantava e aguçava mais suas pretensões ao futuro promissor tão sonhado por este jovem entregue aos devaneios.


Cristóvão falou:

- Nilson, vamos irei apresentá-lo ao (corraba), digo barraco.

- Tá legal Cristóvão, mas quando verei aquelas praias maravilhosas e conhecerei os monumentos encantadores.

-   Em breve mano, mas agora temos que nos apressar. UU!! Ou seja urgente, urgentíssimo ... se não verei o sol nascer quadrado, esqueceu que estou atrasado.

– Tudo bem.

Eram por volta de 9h15m, e Cristóvão deveria estar no quartel às 8h, embarcaram no Ônibus e rapidamente chegaram ao destino, Corraba.

Lá Nilson conheceu as pessoas que tiveram grande participação na sua trajetória nessa Cidade onde digamos de passagem ninguém é de ninguém.

Foi apresentado: Marcelo (Sassá) lanterneiro irmão legitimo de Cristóvão; Monteiro tio rabugento e dono do Corraba; Dona Rosalina cônjuge de Sr Ayrton, ambos pessoas a quem atribuo benevolência e humildade além de seus filhos Marcos e Renato...

  Nilson ajeitou suas roupas de forma não incomodar Marcelo e ofereceu-se á ajudá-lo no conserto de alguns carros que chegara bem amassados, alguns estavam podres por causa da maresia.

Marcelo apesar de receoso aceitou, porém perguntou:

-   Você sabe soldar?
-   Sei, fiz curso de serralheiro no SENAI e modestamente destaquei-me na parte de soldagem alcançando o melhor conceito.

-   Então vamos ver como você manuseia o maçarico, pegue a tesoura, chapa, arame de solda cobreado e isqueiro, prepare o remendo lateral, de pontos e passe imediatamente o pano molhado e qualquer dúvida pergunte por favor tá?
-   Claro, mas não precisa se preocupar.

  Assim ia passando os dias, semanas, meses .... Até que Nilson apresentou-se ao Quartel.
  Tão grande era seu júbilo que dava gosto vê-lo, digo lutando a frente, superando todas incumbências passadas no cotidiano dessa Metrópole onde sempre devemos lembrar que: Ninguém é de Ninguém.

  Surgiram vários acossamentos, tudo para fazer com que Nilson resignasse sua condição moral, física e principalmente espiritual e por fim concordar-se com aquela súcia que desejava-lhe insucesso, bom é simples notar como era querido.

  Mas nem tudo era desfavorável, tinha edificado sua casa em terreno rochoso e apesar das tempestades enfrentadas, logo viria a bonança.

  Era, 1 de março de 1993 ... passou o recrutamento e agora seria o dia mais esperado desde a chegada de Nilson á Terra do Carnaval.

  Estaria traçando seus principais passos ao encontro do destino, iria incorporar-se nas fileiras do Exército Brasileiro.

  Porém devemos aqui fazer algumas considerações desse tempo que Nilson sofreu, chorou, adoeceu, compartilhou, sorriu e se apaixonou.

  Paixão! Sim conheceu sua primeira experiência ao lado de Ana Claudia.
 Tinha ele um caderno onde fazia algumas anotações e lá estavam declarações sobre sua amiga.
 
Era admirável apesar de ter o dobro da sua idade, seus cabelos negros como a noite sem luar, sua pele macia tal qual a lanugem de certas espécies, lábios carnudos e os olhos castanhos tão claros como mel o que simplesmente encantava, e para não esquecer de enfatizar todas as qualidades pôr ela possuída o afeto fraternal, sim foi para os dois impedimento a continuação desse relacionamento amoroso.

  Sendo assim não deixá-la-ia sofrer e preferiu como cavalheiro romper todos vínculos.

  Voltemos à vida na caserna, depois de passar o período semanal de internato. Nilson já destacava-se no pelotão como amigo e companheiro exemplar, claro havia aqueles que não gostavam de sua pessoa, pois estava em sua índole a sinceridade e infelizmente o ser humano é muito complicado.

Estavam numa formatura matinal, esse procedimento acontecia todo os dias.
Atenção!

-   Pelotão Sentido.
-   Apresentar Armas.
-   Ombro Armas.
-   Descansar Armas.
-   Descansar, e, com brado do Pelotão fora de forma marche.

  O sargento tinha liberado a tropa para um breve descanso antes da seleção dos que eram profissionais, e como Nilson fazia parte, ficou tranquilo.

  E assim era o cotidiano de toda tropa recém formada, até que fossem designados a uma seção, digo só aqueles que possuíam uma qualificação profissional compatível as necessidades da tropa, como Nilson era soldador foi fácil fugir daquela rotina.


Autor: Washington Luiz.


Leia também:

Capítulo 1 - O fim da vida de regalias proporcionada pelo jogo do bicho.
Capítulo 2 - A utopia do serviço militar.

Comentários