Maitê Proença: "vivo com as lembranças, elas fazem parte de mim" sobre a morte da mãe.


Maitê Proença, a "Sinhazinha" do remake "Gabriela" | Foto: TV Globo (Divulgação).
A atriz Maitê Proença participou do programa "Encontro com Fátima Bernardes", da TV Globo. Na ocasião ela falou da cena em que "Sinhazinha", sua personagem na novela "Gabriela", foi assassinada pelo marido após ser flagrada na cama com o amante. 

Naquele momento Maitê reviveu uma dor do passado, lembrou-se de uma perda irreparável, e comentou: "Vivo com as lembranças, elas fazem parte de mim. Quando a gente vai fazer qualquer personagem tenta manter um distanciamento, mas sempre trazemos elementos, bagagem emocional. Foi muito difícil ter feito a morte da Sinhazinha, mas a cena tinha que ser feita, eu fiz", disse Proença.

Segundo informações do livro "A Paixão no Banco dos Réus", de autoria da Dra.Luiza Nagib Eluf, a atriz Maitê Proença, filha do promotor Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo e Margot Proença Gallo testemunhou a  suposta traição que culminou na morte de sua mãe. Seu depoimento foi  muito importante e corroborou com a absolvição de seu pai que segundo entendimento jurídico matou para defender sua honra.  

A Dra. Luiza Nagib Eluf relata que no dia 7 de novembro de 1970, Augusto Carlos Eduardo, procurador de justiça, suspeitando de que sua mulher, a professora de filosofia do “Colégio Estadual Culto à Ciência” Margot Proença, lhe era infiel, marcou com ela um encontro na residência do casal, na Rua Jesuíno Marcondes Machado, 70, em Campinas, São Paulo, convencendo-a a ficar a sós com ele para decidirem sobre a separação. De acordo com Luiza, eram 16 horas quando ambos iniciaram uma discussão no interior do quarto do casal. Tomado de incontrolável fúria, sentindo-se traído e ultrajado, Gallo desferiu onze facadas na esposa, matando-a na hora. Em seguida, deixou a residência dirigindo seu carro, levando a arma do crime. Ficou onze dias foragido e depois se apresentou à Polícia. Não foi preso.

Na época Maitê estava com 12 anos de idade. Ela prestou declarações ao Juiz José Augusto Marin, informando ter visto o mencionado professor na cama de sua mãe, vestido de pijama. O caso foi discutido por anos na Justiça. 

Maitê Proença foi testemunha de defesa, ouvida em plenário do Júri. Sua narrativa corroborou a versão do pai e pesou muito na decisão absolutória dos jurados. Ela contou, em seu depoimento, que “viu o professor (Ives Gentilhomme) dormindo no sofá-cama utilizado pela mãe, na manhã seguinte à realização de uma festa em sua casa, em outubro de 1970”.

Finalmente --- o senhor Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo foi definitivamente absolvido por legítima defesa da honra. A Dra. Luiza Nagib conta ainda que a decisão provocou reações de indignação de grupos feministas. Mas depois de julgado por duas vezes, e não mais cabendo recurso pelo mérito, isto é, por ter a decisão dos jurados contrariado manifestamente a prova dos autos. A absolvição transitou em julgado. E estando quite com a Justiça, Gallo recomeçou sua vida e casou-se novamente.

O caso foi encerrado e Maitê Proença segue seu destino --- "com as lembranças, elas fazem parte de mim".

Por: Washington Luiz  
*Com informações do livro "A Paixão no Banco dos Réus".

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