Porto do Açu, de Eike Batista, salgou região no Rio, aponta estudo.

A construção do Superporto do Açu, mega empreendimento de Eike Batista, no município de São João da Barra, interior do Rio de Janeiro, provocou a salinização da água doce usada no trabalho de agricultores e de pescadores da região, aponta um estudo da Universidade Estadual do Norte Fluminense.
(Crédito da foto: Daniel Marenco/Folhapress)
A principal suspeita é de que a areia dragada do mar e depositada às margens da lagoa de Iquiparí tenha provocado o aumento da salinização das águas. Segundo pesquisadores da UENF, se nada for feito, um processo de desertificação da região poderá ser iniciado.

De acordo com a reportagem de Italo Nogueira, da coluna "mercado" da Folha de S. Paulo, essa é a primeira consequência ambiental direta detectada após o início das obras no empreendimento. Os Ministérios Públicos federal e estadual instauraram inquérito para apurar o caso.

Ainda de acordo com a publicação, a dragagem é feita para aumentar a profundidade do mar e do canal aberto pela empresa, a fim de permitir o acesso de grandes navios. A licença ambiental emitida permite a retirada de 65,2 bilhões de litros de areia do mar -31 bilhões de litros já foram depositados em solo.
(Porto do Açu | Momento Verdadeiro| Arquivo) 
Mas o problema, apontado por pesquisadores da Uenf, é que o material retirado traz consigo grande volume de água do mar. Depositado próximo à água doce usada por agricultores, a salinização foi a consequência. "A areia vem misturada com água. E ela escorre para algum lugar. A gravidade faz com que ela encontre outras regiões", disse o biólogo Carlos Rezende.

A LLX afirma que tem um sistema de drenagem que faz com que a água salgada retorne para o mar e não se misture à água da lagoa. Mas afirmou estar aberta a analisar os dados da Uenf. Já o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) não se posicionou até a conclusão da reportagem da Folha.

Momento Verdadeiro|Fonte: Folha de S. Paulo.

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