Intrigas e denúncias abalaram o Papa Bento XVI.

Neste domingo, 17, foi ao ar no Fantástico, da TV Globo, uma reportagem especial  que mostrou detalhes sobre a renúncia do Papa Bento XVI. Na semana passada o pontífice anunciou sua renúncia justificando não possuir mais o vigor físico e espiritual para governar a Igreja.

“Ciente da seriedade desse ato, com total liberdade eu declaro que eu renuncio ao ministério de Bispo de Roma confiado a mim pelos cardeais em 19 de abril de 2005. Em 8 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a Sé de São Pedro estará vaga e um conclave para eleger o novo Pontífice Supremo precisará ser convocado”, comunicou Bento XVI em latim e quem deu um dos maiores furos do século foi a jornalista italiana Giovanna Chirri,  repórter da agência de notícias ANSA.


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(Foto: Reprodução/Internet)
Segundo a reportagem, os motivos que teriam levado o Papa Bento XVI a anunciar a sua renúncia, foram discutidos durante toda a semana.  Além do cansaço físico, desânimo, intrigas e denúncias na igreja abalaram o Papa. Casos de padres que demoraram para ser julgados pelo Vaticano foram um golpe muito duro.

De acordo com a publicação, no pontificado de quase oito anos, outro escândalo o abalou profundamente. Em maio do ano passado, o jornalista e escritor Gianluigi Nuzzi publicou um livro que chocou a Santa Sé. “Sua santidade” apresentava documentos secretos do Papa, que expuseram cardeais e bispos, principalmente o secretário de Estado, Tarciso Bertone, o segundo posto mais alto do Vaticano.

Para responder à pergunta: quem roubou as cartas de Bento XVI, a polícia vaticana entrou em ação. Como em toda boa história de suspense, o culpado era o mordomo. Paolo Gabriele, que cuidava do apartamento papal, foi preso e confessou. E declarou que a sua intenção era a de proteger o Papa. Mas o mandante, se existe, nunca foi descoberto.O caso do mordomo ficou conhecido como Vatileaks.

Disputa pelo poder - Vaticanistas apontam a existência de duas facções dentro da cúpula da Igreja Católica. Uma liderada por Tarciso Bertone e outra, pelo ex-secretário de Estado, Angelo Sodano, supondo uma guerra de poder entre elas. 

Na missa da quarta-feira de cinzas, o Papa lembrou que Jesus denunciou a hipocrisia religiosa. Para por um fim a uma rivalidade que, segundo Bento XVI deturpa a igreja, ele poderia ter preferido a renúncia para que a Igreja possa recomeçar uma nova estratégia, das cinzas da quaresma, e um novo Papa possa ser eleito até a Páscoa, tempo de ressurreição.

Bento XVI fica no poder até o dia 28 de fevereiro, depois os cardeais decidiram quem será o novo líder da Igreja de Roma.

Momento Verdadeiro | Fonte: "Fantástico" (Globo).