Pizzolato também cometeu fraude eleitoral.

Para tirar o passaporte no Brasil é preciso apresentar carteira de identidade, CPF, título de eleitor, e a polícia tem que conferir as digitais. Sendo assim, houve falhas no sistema de segurança na emissão de documentos. Essas falhas facilitaram a fuga do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato está sendo investigada  pela Polícia Federal e a Justiça Eleitoral. De passaporte a título de eleitor, foi tudo falsificado.
 
Segundo informações do Bom Dia Brasil, a série de falsificação de documentos de Henrique Pizzolato começou em Florianópolis. Em 2007 tirou uma carteira de identidade com o nome do irmão Celso, morto há 36 anos. De lá seguiu para o Rio de Janeiro, onde tirou CPF e título de eleitor. Voltou para Santa Catarina e procurou uma cidade pequena, Lages, para evitar ser reconhecido. Na foto entregue para tirar o primeiro passaporte com nome falso, ele estava sem barba.
 
Ainda de acordo com a reportagem, ele recebeu o documento no dia 28 de fevereiro de 2008 e usou logo em seguida. “Ele fez a utilização desse documento uma viagem para o exterior. Tudo indica que foi um teste, porque foi logo após o recebimento da denúncia crime contra Pizzolato”, afirma o delegado Ricardo Cézar Cubas.
 
Pizzolato só conseguiu fraudar todos os documentos, porque a certidão de óbito do irmão, feita no Paraná, não foi encaminhada ao cartório de Concórdia, cidade onde ele nasceu. Mas mesmo que tivesse o registro a Polícia Federal não detectaria fraude porque, porque naquela época, o sistema de emissão de passaporte não checava cadastro de falecidos e nem rastreava impressão digital. Sem enfrentar dificuldades, tirou outro passaporte com nome falso, no consulado da Itália, no Rio, porque tem cidadania italiana. Foi com esse documento que ele fugiu do Brasil. A embaixada da Itália não explicou como o documento foi emitido.
 
Henrique Pizzolato também cometeu uma fraude eleitoral. Na eleição de 2008 apresentou título com o nome do irmão morto nos dois turnos e também votou com o documento verdadeiro, segundo a Corregedoria Eleitoral. Na eleição seguinte não votou nem justificou, e pagou multa. A Justiça Eleitoral informou que vai investigar o caso. O presidente do TSE comentou a falha do sistema. “Isso só revela que o sistema precisa ser aprimorado. Daí a identificação datiloscópica, biometria para ter certeza que aquele que apresenta o título é realmente o detentor do título”, diz Marco Aurélio Mello.

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