Polícia tentará fazer retrato falado do suspeito que atirou rojão em cinegrafista.


A polícia vai tentar fazer um retrato falado do suspeito de atirar o rojão que feriu gravemente o cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade. Fábio Raposo, que confessou ter passado o artefato explosivo a ele, foi preso no domingo e deve colaborar com a identificação. Raposo passou a madrugada em uma penitenciária na Região Metropolitana do Rio.

A polícia fez também uma busca no apartamento onde Fábio mora, no Méier, e apreendeu três celulares, o HD do computador e a roupa que ele usava no protesto da última quinta-feira.
“O objetivo era verificar se havia ainda artefatos explosivos ou algo que o ligasse a organização black blocs, disse o delegado Maurício Luciano de Almeida.

Diferentemente do que afirma o delegado, os black blocs, segundo afirmam eles próprios, não formam uma organização. Segundo explicam, é uma forma de agir, mas sem lideranças ou grupos. Costumam atacar com violência símbolos do Estado e de grandes corporações.

Segundo o advogado, Fábio ajudaria a identificar o homem suspeito de ter acendido o rojão que feriu gravemente o cinegrafista da TV Bandeirantes. No mesmo vídeo da TV Brasil, o suspeito aparece de calça jeans e blusa cinza suada. A imagem mostra Fábio passando o rojão para ele. Em seguida, o homem de calça jeans e blusa cinza suada parece se abaixar.
“Nós estamos trancados, conversando com o Fábio para convencê-lo ao instituto da delação premiada. Ele está um pouco relutante, mas vamos chegar a isso”, afirmou o advogado Jonas Tadeu Nunes.

Mais tarde, depois de sair da delegacia, em nova entrevista, o advogado de Fábio Raposo disse que a delação premiada não seria possível. “A delação premiada 100% não poderia ocorrer porque ele não conhece o rapaz. Também não conhece pessoas que possam identificar este rapaz. Então uma delação premiada ficou frustrada. Mesmo porque se ele conhecesse, ficaria vazio, ficaria temerário para a defesa alegar ou declarar que ele conhece o rapaz”, ressaltou.

O advogado disse que Fábio Raposo já viu, em outras manifestações, o homem que teria detonado o rojão, e o delegado quer que ele faça o retrato falado do suspeito. “A fisionomia ele é capaz, e a gente vai ver se promove pelo menos o retrato falado, que poderá ser único elemento para poder reconhecer aquele que deflagrou o artefato”, ressaltou o delegado.


No sábado, em entrevista ao Jornal Nacional, o perito Nelson Massini, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que analisou as imagens da TV Brasil, disse que Fábio e o outro homem de blusa cinza agiram juntos. Em determinado ponto do vídeo, quando imagem fica distante e os dois se misturam a outras pessoas, foi aproximado e congelado pelo perito, e então surge um detalhe revelador: um ponto luminoso, que segundo o perito é o artefato sendo aceso.

“Na imagem analisada ponto a ponto, frame a frame, é possível localizar o momento em que este pavio é aceso. Colocando portanto os dois nesse envolvimento de acender e colocar o artefato naquele local”, confirmou o perito. Nesse momento, Fábio e o homem de blusa cinza e suada aparecem muito próximos. “É possível se ver a bermuda e a tatuagem em uma das pessoas, do Fábio. E na parte superior se vê o outro participante em uma perfeita integração. As duas pessoas estão aqui integradas nessa ação. Eles estão juntos”, ressaltou Nelson Massini.

E, outro ponto, quando o homem de blusa cinza já está se abaixando, ele tem um objeto na mão. Segundo o perito, há uma faísca. “Se nós observarmos nesta extremidade, a chama já está presente. Então ele, neste momento, já está com o artefato aceso colocando no chão. Esta imagem é conclusiva. Ele acende em um determinado instante, tem o tempo suficiente e aqui, neste momento já está acesa. Não há como contra-argumentar, dizer que não, que ele estaria colocando outro objeto. Não só é o objeto, ele foi aceso com os dois e é colocado por este que está de calça jeans já aceso ao chão”, completou o perito.

(*) Fonte: Bom Dia Brasil

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