PF suspeita de envolvimento de Alexandre Padilha e o doleiro Alberto Youssef.

A Polícia Federal levantou a suspeita de que o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, indicou um executivo para uma empresa de fachada comandada pelo doleiro Alberto Youssef, que foi preso durante a Operação Lava Jato que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. 

A PF analisou o conteúdo de 270 mensagens trocadas de 19 de setembro do ano passado a 12 de março deste ano entre Youssef e o deputado André Vargas (PT-PR). O petista diz ao doleiro que Padilha indicou um executivo para o Labogen, laboratório do doleiro que teria sido usado no esquema de lavagem de dinheiro. "Sexta ele estará aí. Dá o número do celular e fala que é Marcos, estará em São Paulo no dia seguinte ou segunda e que foi o Padilha que indicou", disse o deputado do Partido dos Trabalhadores ao doleiro.
(Reprodução/JN - TV Globo)

De acordo com o relatório da Polícia Federal, "Marcos" é Marcuz Cezar Ferreira de Moura, coordenador de promoção de eventos da assessoria de comunicação do Ministério da Saúde na gestão de Padilha. Depois, Moura participou de reuniões na Labogen.

A PF concluiu que existem "indícios que os envolvidos tinham uma grande preocupação em colocar à frente do Labogen alguém que não levantasse suspeitas das autoridades fiscalizadoras".

No inicio da noite, a assessoria do ex-ministro Alexandre Padilha divulgou nota na qual nega ter feito a indicação do executivo. "O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha repudia o envolvimento do seu nome e esclarece que não indicou nenhuma pessoa para a Labogen. Se como diz a Policia  Federal, os envolvidos tinham preocupação com as autoridades fiscalizadoras, eles  só poderiam se referir aos filtros e mecanismos de controle criados por Padilha dentro do Ministério da Saúde justamente para evitar ações deste tipo. A prova maior disso é que nunca existiu contrato com a Labogen e nunca houve desembolso por parte do Ministério da Saúde", diz a íntegra da nota.

André Vargas afirmou que não recebeu de Padilha nenhuma indicação e disse que responderá a todos os questionamentos "nos foros competentes". Segundo o deputado, "vazamentos seletivos e fora do contexto não podem servir a qualquer prejulgamento".

Momento Verdadeiro | Com informações do Jornal Nacional/TV Globo.

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