Dilma defende Petrobrás e alfineta governo de FHC: Petrobras não vai virar "Petrobrax".


A presidente Dilma Rousseff alfinetou nesta sexta-feira (27) o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso e demais adversários ao sair em defesa da contratação direta da Petrobras pelo governo. A decisão foi anunciada na última terça-feira no Palácio do Planalto, mas mal recebida pelo mercado.

Segundo a presidente, o novo acordo com a petroleira não foi feito para gerar superávit nem foi costurado na ilegalidade. Foi, disse ela, para fortalecer a empresa, contra o "alarido das vozes dos que sempre quiseram, pelo menos, no mínimo, diminuir a Petrobras. A Petrobras passa a ser muito valiosa. Nunca mais a Petrobras, 'bras', de Brasil, será transformada em Petrobrax", declarou, em referência aos planos da gestão do PSDB de privatizar a estatal e mudar seu nome. "Dos que sempre quiseram entregar todas as nossas oportunidades de exploração de petróleo sem olhar a quem, (...) [que preferiam] pensar uma empresa de petróleo baseado na rentabilidade de curto prazo", continuou. "Quando vocês virem que nós estamos fazendo superávit primário, superávit fazemos com R$ 15 bilhões, e não com R$ 2 bilhões. Com R$ 2 bilhões não dá pro gasto."

Dilma discursou durante a convenção do PC do B, que formalizou nesta sexta-feira apoio à candidatura de Dilma na corrida à reeleição. O partido contribuirá com 27 segundos no tempo de propaganda que a petista terá no rádio e na televisão. Os campos de Búzios, entorno de Iara, Florim e nordeste de Tupi já são explorados pela estatal sob regime de cessão onerosa, na qual ela recebeu o direito de produzir 5 bilhões de barris mediante pagamento à União de R$ 74 bilhões. Nas novas áreas cedidas, o petróleo já foi descoberto e o volume pode chegar a 15 bilhões de barris, o que quase dobraria as reservas comprovadas da empresa, de 16 bilhões de barris.


O setor privado, no entanto, reagiu mal à medida, o que tem feito Dilma retrucar críticas no último dias. Entre os principais problemas, analistas apontam excesso de intervencionismo na economia e a imprevisibilidade do governo em tomar decisões. Dilma explicou, durante seu discurso, que o pagamento de R$ 2 bilhões --abaixo dos R$ 15 bilhões que deveriam ser pagos sem parcelamento, conforme a --faz parte de uma estratégia de fortalecimento da Petrobras. "Nós queremos que a Petrobras se fortaleça na área do pré-sal. Porque queremos que a Petrobras passe a antecipar o óleo, (...) que ela pague para nós em óleo mais rapidamente. Não precisa pagar em dinheiro, pagando em óleo, você vende no mercado internacional e ficamos todos numa boa. (...) Ninguém sai perdendo", disse ela. Segundo ela, as "vozes" dos críticos "vão se perder no deserto". "Ou melhor, vão se perder no mar. Mais uma vez, vão se perder no mar. Na imensidão do mar do pré-sal. Isso é algo que nós temos de ter consciência. É perfeitamente possível ter um regime de participação do interesse privado, mas você tem de preservar também a força de sua empresa estratégica", disse a presidente.

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Fonte: BemParaná

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