OAB quer cassação do registro de Levy Fidelix por ofensas a gays.


Eleições 2014 - O registro de candidatura do presidenciável Levy Fidelix, do PRTB, pode ser cassado. Pelo menos, se depender da Ordem dos Advogados do Brasil. A OAB, ingressou com ação pedindo a cassação de sua candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque o candidato teria feito declarações consideradas homofóbicas durante sua participação no debate na Record no último domingo.

Entenda o caso -  Durante o terceiro bloco do debate, a candidata Luciana Genro, do Psol, perguntou ao candidato Levy Fidelix:

Luciana Genro: "Levy não vou fazer conversa de comadre contigo. Vamos debater uma coisa que talvez nós tenhamos uma diferença. Os homossexuais, travestis, lésbicas, sofrem uma violência constante. O Brasil é campeão de mortes da comunidade LGBT. Por que que as pessoas que defendem tanto a família se recusam a reconhecer como família um casal do mesmo sexo?"

Levy Fidelix respondeu: "Jogo pesado aí agora hein! Nessa aí você jamais poderia entrar, economia tudo bem. Olha minha filha, tenho 62 anos, pelo que eu vi na vida dois iguais não fazem filho. E digo mais, digo mais, desculpe, mas aparelho escritor não reproduz. É feio dizer isso, mas não podemos jamais gente, eu que sou um pai de família, um avô, deixar que tenhamos estes que aí estão achacando a gente do dia a dia querendo escorar essa minoria, a maioria do povo brasileiro. Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado com medo de perder votos, prefiro perder esses votos, mas ser um pai, um avô que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto... E vamos acabar com essa historinha. Eu vi agora o santo padre, o papa, expurgar (fez muito bem!) do Vaticano um pedófilo. Está certo! Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que nossos filhos possam realmente encontrar um bom caminho familiar. Então Luciana eu lamento muito. Que façam um bom proveito que querem fazer de continuar como estão. Eu presidente da República não vou estimular se está na lei que fique como está, mas estimular jamais a união homoafetiva."
Luciana Genro - "Infelizmente não está na lei Fidelix, o casamento civil igualitário é fundamental para que nós possamos reconhecer juridicamente como família, qualquer tipo de família. Eu sou uma das que mais defende a família nessa campanha eleitoral, porque estou defendendo todas as famílias. Não importa se são dois homens, duas mulheres, o que importa é que as pessoas se amem e para combater a discriminação, a homofobia e transfobia, é fundamental reconhecer seu casamento civil igualitário.
Levy Fidelix - "Luciana você já imaginou o Brasil tem 200 milhões de habitantes se começarmos a estimular isso daí, daqui a pouco vai reduzir para 100. Vai para Paulista e anda lá e vê ... é feio o negócio né. Então gente,vamos ter coragem, nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los, não ter medo, de dizer que sou pai, mamãe, vovô... e o mais importante é que esses que têm esses problemas que sejam atendidos no plano psicológico e afetivo sejam atendidos, mas bem longe da gente, porque aqui não dá."

Repercussão: Após o debate, no Facebook, um grupo de mais de 6 mil pessoas coleta dados pessoais para formalizar denúncia coletiva contra o candidato à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do governo federal. Preocupado com as repercussões, Fidelix afirmou ontem que pedirá proteção à Polícia Federal, de acordo com informações do jornal O Dia.

No debate, nenhum dos candidatos contestou Fidelix imediatamente. Mas ontem, diante da grande repercussão do caso nas redes sociais e na imprensa internacional, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (PSB) e Eduardo Jorge (PV) criticaram a postura homofóbica do candidato do PRTB.

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