Secretário de Segurança apresenta proposta para policiamento da USP.

O secretário de Segurança Pública do estado, Alexandre de Moraes, participou ontem (7) de reunião, com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo (USP), José Gregori e a ouvidora Maria Hermínia Brandão Almeida, além de professores e uma representante da Associação de Pós-Graduandos (APG), para discutir a segurança no campus com efetivo da Polícia Militar (PM). O reitor Marco Antonio Zago não participou da reunião.

Conforme a proposta apresentada pelo secretário, os policiais militares que farão a segurança da universidade serão da mesma faixa etária dos estudantes, entre 24 e 26 anos, de acordo com o secretário. Além disso, o policiamento será comunitário, inspirado na experiência do Japão, e os policiais devem ser voluntários. “Ninguém, compulsoriamente, é designado para isso”, afirmou Moraes.


“A tendência é escolher os policiais também com nível universitário ou que estão cursando universidade, até porque o campus da USP, apesar de ter quase 70 mil pessoas que transitam todos os dias, é uma cidade diferenciada, muito homogênea, seja pela idade, pela formação universitária, pelas ideias; então, é necessário também que nós formemos uma equipe diferenciada”, disse o secretário.

Policiais comunitários atuarão somente na segurança acadêmica

Segundo Moraes, os policiais comunitários atuarão somente na segurança acadêmica, em casos de crimes contra estudantes, funcionários e professores. Situações como ocupação de prédios da universidade, manifestações e questões disciplinares serão tratadas por unidades policiais de fora. O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), o Diretório Central dos Estudantes (DCE), e a Associação de Pós-Graduandos (APG) discordam da presença da PM no campus e acreditam no fortalecimento da guarda universitária, que já atua na USP.

Estudantes e funcionários fizeram manifestação em frente ao prédio da Reitoria, durante a reunião, contra a militarização da universidade e também para pedir que representantes dos funcionários e do Diretório Central dos Estudantes (DCE) pudessem participar da discussão de hoje.

Neli Wada, representante dos funcionários no Conselho Universitário, explicou que a funcionária integrante da Comissão de Direitos Humanos e que poderia participar da reunião de hoje estava doente e não compareceu. Diante disso, os manifestantes pediram que algum outro representante pudesse fazer parte da discussão, o que foi negado, de acordo com Neli: “Não deixaram a gente entrar e nós não participamos”.

Os manifestantes reclamaram que não havia uma discussão sobre o projeto com a comunidade universitária. O secretário de Segurança alegou que a funcionária que participaria da reunião faltou, por isso não havia representação dos funcionários na discussão e que outros funcionários presentes não quiseram participar.

José Gregori, presidente do Conselho de Direitos Humanos, admitiu que o projeto não é de conhecimento geral: “A discussão está em uma etapa em que nem todos os participantes da universidade, como um todo, tomaram conhecimento desse pré-projeto, mas estamos enviando, estamos discutindo. Hoje foi a vez da Comissão de Direitos Humanos”.

Gregori declarou ainda que a reunião não foi deliberativa, e o assunto será levado ao reitor e ao Conselho Universitário, que são as instâncias decisórias na universidade.

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