Alunos da FMC protestam porque mensalidade custará R$ 7.542,88.

Centenas de alunos da Faculdade de Medicina de Campos (FMC) fizeram um protesto caminhando em várias ruas do centro da cidade, na tarde desta quarta-feira, 28. O motivo: eles terão que desembolsar  50% a mais para pagar o curso. Antes, o valor do curso era de R$ 5.693,66. Com o aumento, o valor passará a ser de R$ 7.542,88. 
Estudantes alegam que o preço do curso reajustado não é proporcional a infraestrutura que a faculdade tem para oferecer. Além do aumento, os alunos terão que dividir as aulas práticas com os alunos da Faculdade Redentor, no Hospital Escola Álvaro Alvim. A informação foi divulgada pelo jornal 'Notícia Urbana'. 

Por meio de nota, o Diretório Acadêmico Luiz Sobral, órgão representativo dos estudantes de graduação em medicina da Faculdade de Medicina de Campos, informou que, como é de costume, a direção da Fundação Benedito Pereira Nunes convocou a associação dos docentes – ADOMEC-, associação dos funcionários – AFAMEC-, o DALS e a direção da Faculdade de Medicina de Campos, para uma negociação do orçamento para o ano seguinte. A estruturação dessa reunião se compõe da seguinte maneira: Cada entidade convidada leva uma proposta de aumento e depois de debates e negociações existe uma votação. Caso não se chegue a um consenso, a direção da Fundação dá o veredito e a proposta é encaminhada para o Conselho Superior da Instituição, onde se consolida o acordo.

“Este ano, houve 3 reuniões de discussão. Em todas, o diretório foi firme em suas colocações, mantendo-se a favor da representatividade dos estudantes, trazendo problemáticas da qualidade de ensino e infraestrutura da instituição, questionando o comprometimento dos professores e criticando a falta de retorno do investimento proposto pelo aumento de mensalidade 2014-2015. De todos os questionamentos aventados pelo DALS, não houve nenhuma resposta concreta de justificativa. Foi abordada ainda a questão de que nos últimos anos os aumentos vêm superando a média nacional da inflação.

Com esse encaminhamento o conselho superior, no dia 26 de Outubro de 2015, debateu a pauta. Novamente os representantes do diretório marcaram seu posicionamento negando o aumento proposto. Colocado em votação, houve dissenso com dois votos contrários da representação estudantil (numero máximo destinados aos discentes no conselho) e todo o restante dos conselheiros foi a favor do aumento.

Com todo o cenário exposto acima, o diretório reconhece sua falha em não conseguir realizar os informativos das reuniões, tendo em vista a rapidez com que foram marcadas e definidas. É necessário refletir que as datas propostas contribuíram para uma desmobilização estudantil sobre a pauta.

Sabemos que na conjuntura política e jurídica nacionais, não há nenhum órgão ou lei com finalidade ou competência de regulamentar os aumentos das instituições de ensino superior pagas. Em vista disso, os estudantes, juntamente com o diretório acadêmico, estão mobilizados para manifestar seu repúdio ao aumento abusivo da nossa mensalidade. Para além disso, nos colocamos solidários a todos os estudantes que sofrem com essa mesma questão por todo o país.

Entendemos que a estruturação do ambiente universitário coloca o discente como inferior, trazendo uma perspectiva de incapacidade e submissão. É hora de mostrar que não existem docentes ou instituição de ensino sem discentes e que nossas vozes unidas não serão silenciadas”.

Também em nota, a Fundação Benedito Pereira Nunes disse que as decisões relativas ao reajuste das mensalidades foram tomadas com base nas planilhas de custo apresentadas aos representantes dos discentes; A inflação oficial está longe de representar a evolução dos custos de manutenção da Faculdade de Medicina de Campos; As instituições mantenedora e mantida não são contempladas por qualquer espécie de subsídio ou subvenção. Os custos são sustentados 100% pelas mensalidades pagas pelos alunos; A mensalidade cobrada, atualmente, é a mais barata dentre as cobradas pelas escolas médicas particulares do Estado do Rio; O resultado financeiro da instituição além de cobrir os custos de mantê-la funcionando tem que provisionar recursos para os investimentos necessários para atender as determinações do MEC e garantir suas notas de avaliação; No momento a Faculdade de Medicina de Campos está em processo de transição para a dupla entrada, como todas as outras escolas médicas do Estado”.

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