Omissão é um tipo de mentira.
É verdade ⇢ Precisamos mentir? Alguns não aceitam, mas todos mentem. Principalmente quem diz que nunca mentiu, pois a mentira também faz parte da vida. O problema é saber o porquê dela também ser considerada essencial para vida.
Pense na seguinte situação: um médico sabe que o paciente tem pouca chance de se curar de uma determinada enfermidade. Como ele vai dizer ao seu paciente que não há cura? Que o paciente vai morrer em poucos meses, talvez, em poucos dias? Essa verdade seria frustrante e não iria trazer nenhum benefício para nenhum dos lados. Além disso, causaria um impacto muito negativo para o paciente. Esse é um exemplo para mostrar que dizer apenas a verdade torna a vida inviável. Existem outras situações.
E não adianta dizer que é omissão. Pois, de acordo com informações do terapeuta analítico-comportamental e mestre em Neurociências e Comportamento pela USP, Arnaldo Cheixas Dias, "a própria omissão é um tipo de mentira pois alguém pode responder negativamente ao ser questionado se vê algum problema nisso ou naquilo; mesmo vendo algum problema a pessoa pode negar a fim de evitar conflitos".
O especialista diz ainda que guardar segredo também é uma modalidade de mentira. Segundo ele, "exige do cérebro a inibição ativa de uma informação verdadeira e exige que a pessoa diga, se questionada, não saber algo que na verdade sabe".
A questão é o tipo de mentira e suas consequências. Existem três tipos de mentira: jocosa, oficiosa e perniciosa. A primeira é aquela que não traz consequências práticas, pois está relacionada a brincadeira. A segunda, tem o objetivo de evitar um problema, uma vez que, a verdade pode agravar uma situação e provocar consequências indesejadas naquele momento. E a terceira, é a mentira que causa danos ao próximo para obter algum benefício.
Conclusão: O objetivo deste post não é incentivar ninguém a mentir. Nem tampouco dizer que a mentira deve fazer parte do cotidiano das pessoas, mas provocar uma reflexão. Afinal, às vezes, por mais difícil que seja, mentir pode ser necessário.
Washington Luiz, repórter do Momento Verdadeiro.
