Questão com expressões racistas em concurso público vira caso de polícia.

É Notícia. Um concurso público virou caso de polícia no estado de Goiás. Tudo porque a prova para cargos em diversas áreas na Prefeitura de Morrinhos tinha uma questão que pedia para o candidato associar a interpretação de um texto bíblico com expressões racistas.  

A prova, elaborada pela Consulpam, tinha um texto com o título: Qual é a origem do racismo? O texto afirma que no século XV, teólogos europeus chegaram a conclusão de que escravizar africanos era natural. Ainda segundo o texto, o embasamento histórico para isso vinha de uma passagem bíblica do livro de Gênesis em que Canaã, descendente de Noé, se embriaga e por isso é condenado a escravidão. 

Com base neste texto, a questão perguntava qual seria o provérbio racista que representava a ideia expressa no trecho bíblico. 

Nesta questão, os candidatos tiveram quatro opções de respostas: 

a) Negro parado é suspeito, correndo é ladrão, voando é urubu.
b) Negro só tem de gente os dentes.
c) Negro quando não suja na entrada, suja na saída.
d) Negro deitado é um porco, é de pé é um toco.

Segundo o gabarito da prova, a questão correta é a letra b.

Acontece que um dos candidatos a uma vaga de Fiscal de Posturas, que é negro, ficou indignado com a questão e ao sair do local da prova procurou a delegacia e registrou uma denúncia. O delegado abriu um inquérito e já ouviu o coordenador dessa prova e ainda deve ouvir o membro da banca que elaborou a questão polêmica. 

O delegado responsável pelo caso disse que se for comprovado o teor ofensivo pedirá o indiciamento dos responsáveis pelo crime de racismo, com pena de até cinco anos de prisão. 

A Consulpam negou a hipótese de racismo e alega que seu objetivo era justamente debater o preconceito. A empresa diz ainda que trabalha com a possibilidade de anular esta questão da prova. Com informações da Globo News.

Washington Luiz, repórter do Momento Verdadeiro.

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