A urna eletrônica é realmente segura?

Eleições 2018. Desde 1996 que nós usamos a urna eletrônica para votar. A questão é: a urna eletrônica é realmente segura? Como é muito comum ouvirmos relatos sobre fraudes, a maioria dos eleitores ainda ficam com um pé atrás sobre o sistema eletrônico de votação. 


Afim de obter mais esclarecimentos sobre a segurança das urnas eletrônicas pesquisei e o que a Justiça Eleitoral diz sobre o tema? Ela diz que utiliza o que há de mais moderno em termos de segurança da informação para garantir a integridade, a autenticidade e, quando necessário, o sigilo. Diz ainda que esses mecanismos já foram postos à prova e que nos Testes Públicos de Segurança realizados nenhuma tentativa de adulteração dos sistemas ou dos resultados da votação obteve êxito. 

Tem mais, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, há diversos mecanismos de auditoria e verificação dos resultados que podem ser efetuados por candidatos e coligações, pelo Ministério Público (MP), pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo próprio eleitor. E existem ainda outras medidas de segurança que são aplicadas, por exemplo, tecnologias de criptografia, assinatura digital e resumo digital. 

E quanto a possibilidade de um ataque de hackers? Cabe ressaltar que a urna eletrônica não é vulnerável a ataques externos porque o equipamento funciona de forma isolada, ou seja, não dispõe de qualquer mecanismo que possibilite sua conexão a redes de computadores, como a Internet. Além disso, a urna eletrônica não é equipada com o hardware necessário para se conectar a uma rede ou mesmo qualquer forma de conexão com ou sem fio. Vale destacar ainda que o sistema operacional Linux contido na urna é preparado pela Justiça Eleitoral de forma a não incluir nenhum mecanismo de software que permita a conexão com redes ou o acesso remoto.

Pelo que entendi, também são tomadas medidas contra possíveis tentativas de violação que possam ser feitas por pessoas que trabalham diretamente no processo eleitoral e, para isso, a Justiça Eleitoral utiliza ferramentas modernas de controle de versão do código-fonte dos sistemas eleitorais. As informações foram divulgadas no site do TSE, repassadas pelo analista judiciário do Tribunal Superior Eleitoral lotado na Seção de Voto Informatizado, Rodrigo Carneiro, que é bacharel e mestre em Ciência da Computação pela Universidade de Brasília. 

E, para finalizar, segundo atual secretário de Tecnologia do TSE, Giuseppe Janino, o cartão de memória que carrega os resultados é protegido por um lacre especial feito pela Casa da Moeda. Mesmo assim, devido a uma mudança na lei eleitoral, o voto não será mais 100% eletrônico na eleição de outubro. Agora uma pequena impressora acoplada à urna fará uma cópia do voto digitado, que, por trás de um visor, será mostrado ao eleitor e caso esteja tudo ok, essa espécie de recibo será encaminhado a uma urna, para, ao final da votação, ser apurado como se fazia antigamente, com pilhas de papel em cima de mesas. E daí, para ser comparado com o extrato da urna eletrônica. Segundo o especialista, por enquanto, a novidade será usada em 5% das urnas, cerca de 30 mil aparelhos. A previsão é de que a universalização aconteça na eleição municipal de 2028.

Com informações do TSE e do jornal Folha de S. Paulo.

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