O "presidente" Zé de Abreu foi recebido por multidão no Rio de Janeiro.

O que parecia uma brincadeira virou um ato que reuniu muitas pessoas no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Sob gritos de "nosso presidente", o ator José de Abreu, que no dia 25/02 se autoproclamou "presidente do Brasil", foi recepcionado por fãs ao desembarcar no aeroporto. Muitos destes vestiam camisetas vermelhas e fizeram uma "posse simbólica" do ator. O ato misturava sátira e insatisfação dos que lá se encontravam com o rumo do governo atual.

Ao desembarcar o ator José de Abreu, prometeu processar o presidente Jair Bolsonaro (PSL). "Eu vou processá-lo. Ele apóia torturadores e pedófilos. Ele acha ruim alguém enfiar o dedo no ânus, mas acha bom o Ustra enfiar ratos nas vaginas de mulheres". 

O ator empunhou um exemplar da Constituição Federal de 1988. Em sua "posse simbólica" e leu um texto prometendo defender a Carta Magna e as leis do país. Seus apoiadores e fãs cantaram paródias durante o ato: "Ô, Bolsonaro, mete o pé, Brasil na frente. O Zé de Abreu é o nosso presidente". E "doutor, eu não me engano, o Bolsonaro é miliciano". Ainda teve grito de "É o presidente! É o presidente!". 

E pensar que tudo isso se deu devido uma “brincadeira” que começou em 25 de fevereiro, quando Abreu, se autoproclamou presidente pelo Twitter. Dias depois, em 6 de março, marcou o presidente Bolsonaro em um post dizendo a ele que "seu meteoro chegou" e chamando o presidente de "fascista". Bolsonaro respondeu rapidamente: "Estamos processando alguns e este 'meteoro' será o próximo!"

Procurado pelo UOL, o assessor de gabinete pessoal de Bolsonaro, Tércio Arnaud Tomaz, disse que não era preciso que a reportagem mandasse questionamentos e que "eles vão se resolver no tribunal". Ele também não respondeu aos questionamentos sobre a paródia que relaciona o presidente eleito a um suposto vínculo com milícias.

Bolsonaro ameaçou o ator com um processo por meio do Twitter nesta semana. Os dois trocaram farpas por meio da rede social. 

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