Cientistas revelam ser possível herdar traumas dos pais.

Você acredita poder herdar traumas dos pais? Será isso possível? Descubra aqui, com base nas pesquisas realizadas!

Somos moldados pelos genes que herdamos de nossos antecessores. Herdamos traços físicos como a cor dos olhos, sorriso, a forma do nariz, a altura, e alguns traços psicológicos. Mas o que não imaginávamos é que podemos sim herdar traumas dos nossos pais. 

Pesquisas recentes detectaram que as experiências ruins podem deixar marcas em nosso DNA, que serão passadas para as nossas gerações seguintes. 

Sobre as pesquisas realizadas por cientistas.
Cientistas revelam ser possível herdar traumas dos pais.
As pesquisas levaram em consideração a geração da Guerra Civil dos Estados Unidos. A situação dos campos de prisioneiros perto do fim da guerra era precária, a superlotação extrema elevou muito as taxas de morte. 

Para os que sobreviveram, ficaram apenas experiências angustiantes. Problemas de saúde, menor expectativa de vida e perspectivas baixas de emprego. Mas a morte destas pessoas não acabou com o impacto da Guerra. 

Notou-se que os filhos e netos destas pessoas, embora não tivessem sofrido as dificuldades de seus antecessores, e tivessem uma infância boa, apresentavam taxas de mortalidade mais altas que da sociedade em geral. Acreditava-se então que estes efeitos traumáticos tinham sido transmitidos pela linhagem masculina das famílias em questão.

Ao contrário da maioria das coisas que herdamos de nossos pais, constatou-se que isso não causou mutação no próprio DNA. Esse tipo de herança é muito mais obscuro, pois conclui-se que os eventos traumáticos na vida podem mudar a forma como o código genético de uma pessoa se expressa, e essa mudança pode ser passada para as gerações seguintes.

Esse processo é chamado de epigenética, em que a expressão dos genes sofre alteração, mas sem alterar o DNA. Marcas químicas são somadas ou retiradas de nosso código genético como resposta às mudanças da vida e do ambiente em que vivemos. 

Essas marcas podem ativar ou desativar os genes, adaptando-se às mudanças sem impor uma mudança permanente em nosso genoma.

Nas famílias dos ex-prisioneiros estudados, apenas os filhos homens que nasceram após a guerra tiveram taxas de mortalidade maior, além de maiores riscos de doenças. Após vários estudos e comparações, acredita-se que as guerras, episódios de genocídio ou fome tenham deixado uma marca epigenética nos descendentes homens daqueles que os sofreram, ou seja, foi detectado um efeito epigenético no cromossomo Y.

Mas como isso pode influenciar na forma como vivemos? As consequências de herdar os efeitos traumáticos podem ser enormes, poderia influenciar a saúde mental e a fisiologia. Além disso, saber do fato que os traumas podem ser passados para nossos filhos podem mudar a forma como escolhemos viver. 

Como a herança epigenética ocorre?
Cientistas revelam ser possível herdar traumas dos pais.
Essa pesquisa ainda encontra um grande obstáculo: na verdade, ninguém sabe ao certo como a herança epigenética ocorre. Alguns cientistas alegam que é um evento muito raro. Uma das razões que justificam o processo não ser comum, é que a maior parte das marcas epigenéticas do DNA é zerada no início da vida. Por isso, a herança epigenética entre gerações é ainda uma surpresa. 

Mas, se um trauma pode ser transmitido entre as gerações, devemos também acreditar que essa herança não é inevitável. Estudos realizados com camundongos provaram que isso pode ser reversível. 

O estudo sugere que, se os humanos herdam um trauma da mesma forma que o estudo provou em camundongos, o efeito disso em nosso DNA pode ser revertido usando técnicas como a terapia comportamental cognitiva, por exemplo.

Portanto, se os seus antepassados, como pais e avós, sofreram traumas, busque ajuda de um profissional especializado. Aproveite que os planos de saúde cobrem terapias alternativas. Mas caso não tenha um convênio médico, faça uso dos psicólogos gratuitos. Afinal, é melhor se cuidar, não acha?

Por: Andreia Silveira, do site PlanodeSaude.net.
Fontes: G1 e Notícias UOL.

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