Site divulgou trechos de mensagens atribuídas a procuradores da Lava Jato e a Sérgio Moro.

Hoje é segunda-feira, dia 10 de junho.
Sou, Washington Luiz, repórter do Canal Notícias do Momento.

Neste vídeo, informações sobre um assunto que está repercutindo bastante no momento. A divulgação de trechos de mensagens atribuídas a procuradores da Operação Lava Jato e ao atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.  As informações, extraídas do aplicativo Telegram, foram divulgadas pelo site "Intercept" na noite deste domingo. 

Recentemente, autoridades constituídas envolvidas no caso tiveram seus celulares hackeados ilegalmente, o que é crime. No entanto, os diálogos, segundo o site, foram obtidos antes dessa invasão. A origem das informações, segundo o Intercept, é uma fonte anônima.

As mensagens mostram que o então juiz Sérgio Moro orientou ações e cobrou novas operações dos procuradores. De acordo com o site, em um dos diálogos, Sérgio Moro perguntou a Dallagnol,  se não tinha "muito tempo sem operação" e o procurador responde que "sim".

Em outro trecho da conversa, o chefe da força-tarefa da Lava Jato pede a Moro para decidir rapidamente sobre um pedido de prisão. Moro logo responde que não sabe se conseguiria ver naquele dia. E depois diz ao procurador que pense bem, se seria uma boa ideia. Pouco tempo depois, Moro adverte a Dallagnol que teriam que ser fatos graves.

Ocorre que a Constituição brasileira diz que um juiz não pode aconselhar o Ministério Público, nem direcionar seu trabalho. Devendo apenas se manifestar nos autos dos processos, para resguardar a sua imparcialidade. Especialistas na área jurídica ouvidos pelo site afirmaram que a proximidade entre procuradores e juízes é normal no Brasil – ainda que, segundo esses juristas, seja imoral e viole o código de ética dos magistrados.

Sérgio Moro lamentou que a reportagem não indicasse a fonte das informações e o fato de não ter sido ouvido. Segundo o ministro, no conteúdo das mensagens que citam seu nome, "não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado, apesar de terem sido retiradas de contexto e do sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.

Já a força-tarefa da Lava Jato divulgou uma nota declarando que seus integrantes foram vítimas de ação criminosa de um hacker. E que esse hacker praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes. Dentre as informações ilegalmente copiadas, possivelmente estão documentos e dados sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e de segurança dos integrantes da força-tarefa e de suas famílias.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin, disse, através de nota, que "em diversos recursos e em comunicado formalizado perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU em julho de 2016 demonstramos, com inúmeras provas, que na Operação Lava Jato houve uma atuação combinada entre os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro com o objetivo pré-estabelecido e com clara motivação política, de processar, condenar e retirar a liberdade do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva". A defesa encerra a nota dizendo que não há dúvida que houve "manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política". 

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